São Vicente: Greve dos vigilantes inicia com adesão de cerca de 80% – SIACSA

Segundo a Inforpress que cita o delegado do Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura e Afins (SIACSA), neste momento a adesão é de cerca de 80% dos trabalhadores que representam as empresas Silmac, Sepricav e Sonasa.

Conforme o sindicalista, a expectativa era que a greve atingisse os 90%, mas alegou que “os trabalhadores que estão no Aeroporto Internacional Cesária Évora”, que estão a trabalhar há apenas três meses, estão a ser “ameaçados pela empresa” para cumprirem o serviço.

A mesma fonte assegurou que “não sabe” de quaisquer informações sobre a requisição civil, porque “não houve acordo” com as empresas, na reunião promovida pela Direcção-Geral do Trabalho. No entanto, afirmou que a perspectiva é que a partir desta tarde até quinta-feira consigam atingir uma cifra de 90% de adesão.

Conforme Heidy Ganeto, os vigilantes de São Vicente são os mais prejudicados em relação aos demais do país, tendo em conta que auferem um salário que gira em torno dos 14 a 15 mil escudos, pelo que já perderam o seu poder de compra.

“O motivo da nossa greve é a não publicação de uma nova grelha salarial, que já se arrasta há dois anos. Nesses últimos meses para cá, as empresas e Governo estão apenas em negociações. São tantas negociações que não estamos a ver um fim e já estamos cansados”, explicou o sindicalista para quem, em São Vicente, o salário que um vigilante aufere não muda, independentemente do seu tempo de serviço.

“Estamos a ser prejudicados porque nunca tivemos promoção na carreira. Já na Cidade da Praia isso não acontece porque há promoção na carreira e há vigilantes que recebem salários de 18, 20 ou 21 mil escudos, conforme o tempo de serviço”, ajuntou.

Segundo a mesma fonte, o cenário poderá mudar com a publicação do Preço Indicativo de Referência (PIR), que deveria ser no mês de Janeiro, conforme foi prometida pelo ministro das Finanças.

“Já estamos quase a chegar em Março e até agora nada. Já cansamos porque nós em São Vicente estamos mais prejudicados”, contestou Heidy Ganeto, que, além da falta de actualização salarial queixa-se da falta de higiene e segurança no trabalho.

“A segurança e higiene no trabalho não existem. A sociedade sabe como é que trabalhamos nos postos sem nenhuma condição de segurança. Os vigilantes fazem xixi na via pública, porque nos postos não há casas de banho”, exemplificou o sindicalista, que afirmou que nem as empresas privadas nem as do Estado cumprem as “normas sobre higiene e segurança no trabalho” para como os vigilantes.

Contactado, o presidente do SIACSA, Gilberto Lima, afirmou que a greve dos vigilantes começou em São Vicente e será extensiva a nível nacional. Avançou que arrancou primeiro nessa onde “os vigilantes enfrentam problemas antigos ligados à categoria profissional”, conclui o sindicalista citado pela Inforpress.

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