O novo ano com balanço negativo de 2017 e pior governo de sempre

O 2017 terminou, no dia 31, com um balanço negativo em termos de realizações para Cabo Verde. O inesperado aconteceu na recta final do ano com a greve de três dias da polícia nacional, em que o governo ampliado de Ulisses e Correia e Silva, tido como o pior que o país já teve depois da independência, não conseguiu evitar, pondo em causa a segurança dos cidadãos e bens.

É opinião generalizada de que o balanço da governação durante o ano findo foi negativo. O ampliado governo de Ulisses Correia – não houve remodelação porque ninguém saiu (foi remodelado) apesar das vozes críticas no interior do MpD e junto da sociedade civil sugerindo para que tal acontecesse – teve um desempenho que ficou demasiado aquém das expectativas dos cabo-verdianos.

O mais grave aconteceu neste final do ano com a greve de três dias de oficiais e agentes da Policia Nacional. O governo – não se viu nenhuma acção do Primeiro-ministro - mostrou-se inexperiente e pouco dialogante, ao permitir que a greve acontecesse, pondo em causa a segurança interna do país.

Ainda não ninguém fez o balanço das consequências dessa paralisação legal dos serviços da PN, mas este jornal sabe que vários operadores económicos e cidadãos enfrentaram sérios problemas, entre 27 e 29 de Dezembro, no levantamento das suas mercadorias, principalmente na Praia, Mindelo, Boa Vista e Sal. Houve também casos de voos que foram desviados de e para outras ilhas – com problemas de atendimento na fronteira em alguns aeroportos. Além disso, houve o assalto à mão armada com agressão física a um funcionário na agência do BCN em Boa Vista – agora avança-se suspeições de que um agente da polícia terá estado envolvido no caso. Como alertam alguns elementos da corporação, é normal que se apure responsabilidades, mas espera-se que não se esteja a forjar nada, como aconteceu, na década de 90, com o alegado caso de quebra santos para se incriminar elementos de um dos partidos políticos do país. Para já, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, não está em condições-ficou fragilizado em termos políticos - de continuar no cargo, por estar de costa voltada para a organização representativa da Polícia, SINAPOL. Isto apesar de o Primeiro-ministro renovar a sua confiança nele e da tentativa do poder - discursos de ministros e post de dirigentes e militantes nas redes sociais - em criar uma opinião pública contra aos grevistas.

Para os críticos, incluindo elementos do partido no poder, o actual Governo gordo de Ulisses Correia e Silva precisa de mudar de paradigma e ritmo de trabalho e comece a governar como deve ser o país. É que, apesar de algumas medidas positivas tomadas, o seu desempenho está longe de corresponder as expectativas que o MpD criou, durante a campanha, aos cabo-verdianos. Além de ter estado a não cumprir as promessas feitas – desemprego dispara, nível de vida agrava com o aumento constante dos preços de vários produtos - este governo cometeu vários erros graves durante este ano. São os casos da remodelação governamental sem saídas de ministros com fraco desempenho, dos erros na edição dos Manuais Escolares, a falta de transparência no processo de reestruturação da TACV, da tentativa da manipulação dos órgãos da comunicação social do estado denunciada pelo AJOC, da fraca atuação perante o forte surto de paludismo que assolou o país com vários centenas de casos e dois mortos, a forte partidarização da administração pública, a lenta execução do plano de emergência para acudir o impacto da seca junto dos agricultores e criadores de gado, a péssima gestão da política externa com derrota na CEDEAO e Comissão Económica da ONU para África e a questão de isenção de vistos para cidadãos da União Europeia, entre outros dossiers polémicos.

Diante de tudo isto, muitos cabo-verdianos esperam, neste novo ano de 2018, um melhor desempenho do actual Governo – porque qualquer um fica satisfeito quando nota o país a desenvolver-se e a qualidade de vida dos cabo-verdianos a melhorar. Caso contrário, o MpD de Ulisses Correia e Silva poderá, segundo alguns analistas, enfrentar, no próximo acto eleitoral de 2021, dificuldades para conseguir renovar mais um mandato para a governação de Cabo Verde. É que está a descredibilizar-se, a cada dia que passa, junto do eleitoral nacional.

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