Praia: Agentes policiais acusados de agredirem brutalmente jovem com perturbação mental

Três agentes da Polícia Nacional (PN) são acusados de agredirem «violentamente a socos e tapas», na manhã deste domingo, 07, a um jovem com perturbação mental, em Palmarejo, Cidade da Praia. O episódio ocorreu por volta das 11h00, quando os policiais foram accionados para retirar o jovem do local, que se aparentava agressivo.


Tudo terá acontecido neste domingo, quando o jovem se encontrava à frente do prédio onde reside a mãe (Rua Santa Maria - Palmarejo), que segundo os vizinhos, sistematicamente vem visitar os familiares, mas sem ter que entrar pelo prédio.

De acordo com testemunhas oculares, ao ser abordado« o jovem foi alegadamente agredido brutalemtne com socos na cabeça, tapas e espancamento, por três agentes da PN». De seguida, a vítima foi detida e conduzida à Esquadra local.

“É um abuso de poder! “Esta não é a forma de tratar uma pessoa com perturbações psicológicas. Este jovem não agride ninguém e, mesmo que estivesse agitado, podiam ter-lhe imobilizado com algemas e não maltratá-lo com socos na cabeça, forçando-lhe a entrar no carro de serviço policial”, denuncia Joaquim, um morador deste bairro.

Outra vizinha que não ficou contente pela forma como têm agido estes agentes da PN, é a Joana. “Sempre vem cá, toca na campanhia que fica do lado de fora, e embora com os seus problemas de saúde mental, fala de forma educada com os seus familiares, sem qualquer indício de violência”, desabafa um outro vizinho, sob condição de anonimato.

Queixa e desacato às autoridades

No entanto, segundo uma fonte policial contactada por este diário digital, a vítima foi apresentada na Esquadra por desacato às autoridades. – “uma atuação normalmente utilizada para branquear actividades policiais em situações do tipo”, conforme admite alguns activistas locais dos direitos humanos.

Inconformados com tal situação, amigos e familiares da vítima alegam que vão remeter uma queixa-crime contra os agentes policiais, junto ao Tribunal da Comarca da Praia, no sentido de tomar as medidas necessárias contra os supostos agressores.

Conforme apurado pelo Asemanaonline, as sucessivas e injustificáveis agressões policiais a cidadãos indefesos, em alguns casos já depois de manietados, estão a constituir motivos da preocupação por parte de cidadãos, particularmente no seio de habitantes da Capital, que começam a não ver diferenças substantivas entre os actos “insignificantes” de jovens portadores de deficiência física e mental e a acção de alguns agentes policiais que utilizam a autoridade do Estado para dar força aos seus mais primários instintos, violando os direitos humanos e atentando contra o Estado de Direito democrático». Isto apesar de se reconhecer a necessidade de a PN ser intolerante à onda de criminalidade que assola sobretudo a cidade da Praia.


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