abo Verde institui 03 de Dezembro como “Dia Nacional da Morna”

O Parlamento cabo-verdiano aprovou esta terça-feira 27, por unanimidade, a data de 03 de Dezembro como “Dia Nacional da Morna”, quando o país está prestes a apresentar o processo de candidatura do género musical a Património Imaterial da Humanidade. “O projecto de lei é uma iniciativa do grupo parlamentar do partido no poder, Movimento para a Democracia (MpD). O dia escolhido é a data em que nasceu o trovador Francisco Xavier da Cruz, mais conhecido por B. Léza (1905 - 1958), considerado um dos maiores compositores de Cabo Verde do género musical morna.


O dilpoma que institiui o dia da morna foi aprovado por unanimidade dos deputados presentes no Parlamento: 36 votos do Movimento para a Democracia (MpD), 24 do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e três da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID).

O “Dia Nacional da Morna” visa homenagear todos os outros compositores, músicos e intérpretes, exaltar e reconhecer a sua importância e chamar atenção da sociedade cabo-verdiana para a necessidade de valorização deste género musical.

Na sua declaração de voto, a deputada Dália Benoliel, do MpD, disse que o momento é "emocionante" e que o dia visa honrar o património cultural - a morna, género que considerou a "alma profunda" do povo cabo-verdiano.

Por sua vez, a deputada da bancada do PAICV, Ana Paula Moeda, disse que a aprovação do 03 de Dezembro como dia Nacional da Morna é "mais um marco" que alerta para a necessidade de preservação da música cabo-verdiana.

Já Dora Pires, da UCID, é da opinião que a instituição do dia serve para valorizar a morna como "identidade" e "parte importante" da cultura cabo-verdiana. “Serve também para valorizar os intérpretes, compositores e todos os que apreciam a morna dentro e fora do País”, ressalta.

Depois da votação na generalidade, o projeto de lei também foi aprovado na globalidade, também por unanimidade dos deputados presentes na sala de sessões, sendo 34 do MpD, 25 do PAICV e três da UCID.

Para o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas cabo-verdiano, Abraão Vicente, é um diploma que "consagra a união da Nação" em torno da instituição da data comemorativa.

O titular da pasta da Cultura acrescenta ainda que Cabo Verde deve abraçar a morna como legado e património imaterial de todos, pelo que “merece um plano para a sua salvaguarda, com base no estudo, investigação, promoção e educação, bem como a reabilitação de centros culturais e monumentos ligados às grandes figuras nacionais e a edificação, até 2021, de pelo menos 25 bustos de homenagem a grandes nomes da cultura cabo-verdiana”.

Recorde-se que Cabo Verde institui a data como “Dia Nacional da Morna”, praticamente um mês antes de apresentar o processo de candidatura à Comissão de avaliação da UNESCO do mesmo género musical a Património Imaterial da Humanidade, o que vai acontecer a 31 de Março próximo.

Celso Lobo


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