Gravação expõe o sofrimento das crianças separadas dos pais na fronteira dos EUA

O áudio foi gravado na semana passada dentro de uma instalação do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. A pessoa que fez a gravação pediu para não identificada por medo de retaliação, de acordo com a organização não lucrativa ProPublica, dedicada ao jornalismo de investigação sobre temas de interesse público. Posteriormente, o ficheiro foi enviado para Jennifer Harbury, uma advogada de direitos humanos. 

O denunciante que fez a gravação estima que as crianças tenham entre 4 e 10 anos de idade. "Parece que as crianças estiveram no centro de detenção por menos de 24 horas, por isso a angústia por terem sido separados dos pais ainda era crua", disse o relatório da ProPublica. "Os funcionários do consulado tentaram consolá-los com comida e brinquedos. Mas as crianças estavam inconsoláveis".
Na gravação de áudio é possível ouvir cerca de dez crianças gritarem “Pai” e “Mãe”, repetidamente, como se fossem as únicas palavras que conhecessem. A voz de um agente da Patrulha da Fronteira sobrepõe-se ao som do choro e angústia das crianças. "Bem, nós temos uma orquestra aqui", diz o homem em espanhol. 
Uma criança de seis anos implora para alguém chamar a tia. A criança diz ter memorizado o número de telefone. "A minha mãe diz que vou com minha tia e que ela me vem buscar o mais rápido possível", diz enquanto chora. No final do áudio, uma funcionária oferece-se para fazer a chamada. 



A ProPublica disse que foi capaz de entrar em contato com a tia da menina. Segundo a agência, a tia disse que não poderia ajudar sobrinha porque ela e a sua própria filha de nove anos também estão à procura de abrigo.  



"Foi o momento mais difícil da minha vida", disse a mulher, segundo a ProPublica. "Ela chorava e implorava-me para ir buscá-la. Dizia 'Eu prometo que me vou portar bem, mas, por favor, tira-me daqui. Estou sozinha." 

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