Ex-chefe do Governo reage às acusações do presidente da CPI da TACV: Podemos elegantemente fintar ressentimento, ódio e desejo de vingança

«Elegantemente podemos fintar o ressentimento, o despeito, o ódio e o desejo de vingança. Eu acredito que podemos, até para superarmos os nossos erros, viver de modo fecundo a alegria da política». Rege assim, na sua página de facebook, o ex-Primeiro Ministro José Maria Neves, face à investida contra ele com o contestado Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a gestão da TACV, aprovado unicamente com 33 votos do MpD e sem incluir as denuncias da oposição, com destaque para o paradeiro dos mais 4 milhões de dólares da venda dos dois aviões Casa e dos negócios poucos transparentes acordados com a Binter e Icelandair. É que o partido no poder identificou Neves, juntamente com mais dois ministros e igual números de gestores, como sendo o suposto rosto que deve responder junto do Ministério Público pelos alegados prejuízos que a campainha da Bandeira terá alegadamente causado ao Estado de Cabo Verde desde 1975 a 2017.

Ainda antes de deixar o país rumo à Itália, onde assistiu a cerimónia da evocação dos 48 anos da audiência que o Papa Paulo VI concedeu aos líderes dos movimentos da libertação em África, José Maria Neves insurgiu-se contra aquilo que considera ser o ressurgimento de discursos de ódio e vingança protagonizados por dirigentes do MpD, com destaque para o presidente da CPI Emanuel Barbosa, já apelidado por colegas como o parlamentar da direita mais radical actualmente em funções na Assembleia Nacional.

«Teimo em debater ideias, sem ofender ninguém; digam o que quer se seja, estarei aqui de pé, sereno e firme, a olhar para a frente, a pensar nos outros. Face à violência verbal, aos insultos e às inverdades delineadas ao sabor das discussões, tenhamos elevação para nos transcendermos e alcançarmos a nobreza da política», desafiou aquele que continua a ser considerado por muitos como o melhor Primeiro-ministro que Cabo Verde já teve até agora, não obstante críticas sobre alguns erros na sua gestão, principalmente nos últimos dois anos dos 15 anos da sua governação.

O homem que introduziu o amor em fazer política no país desafia os actuais detentores do poder instalado desde Março de 2016 em Cabo Verde, que vai viver de modo fecundo a alegria da política. «Elegantemente podemos fintar o ressentimento, o despeito, o ódio e o desejo de vingança. Eu acredito que podemos, até para superarmos os nossos erros, viver de modo fecundo a alegria da política», avisou José Maria Neves, tido como um forte candidato presidencial em 2021.


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