Dezoito mortos encontrados em Hokkaido após sismo de 6,6

A aldeia, no sul da ilha, foi a localidade mais atingida pelo terramoto de 6,6 que devastou a ilha na quinta-feira.
Localizada no sopé das montanhas, junto a campos cultivados, Atsuma contabiliza sozinha 14 dos 18 mortos registados em Hokkaido, num balanço ainda provisório. Vinte e duas pessoas continuam desaparecidas.


"Há ainda muitas pessoas soterradas, trabalhamos sem cessar mas os esforços de resgate são difíceis", comentou à televisão nacional NHK um dos militares da Força de Autodefesa envolvidos nas operações, que envolvem também escavadoras e cães.

"Vamos fazer os possíveis para os encontrar rapidamente", acrescentou o militar.

"A minha família está ainda enterrada na lama, não dormi a noite toda. Também houve muitos tremores, por isso foi uma noite agitada", testemunhou uma sobrevivente à NHK.
À espera de chuvas
As réplicas do sismo têm complicado buscas e salvamentos e são ainda esperadas chuvas que poderão provocar novas derrocadas.

"Peço-vos que estejam atentos", apelou o primeiro ministro Shinzo Abe. Cerca de 22.000 homens da Força de Autodefesa e 75 helicópteros estão já em Hokkaido, ajudando os residentes a regressarem lentamente à normalidade.

A capital regional, Sapporo, é uma amálgama de edifícios periclitantes, fachadas destroçadas e passeios esventrados.
Dezenas de pessoas esperam pacientemente frente a supermercados e estações de serviço, pela distribuição de provisões.
"Não tenho palavras. Moro aqui há cerca de 20 anos, nem sei o que dizer", diz um homem jovem, recordando uma noite de pesadelo em que os fortes abalos impediram as pessoas de se manter de pé.

Eletricidade regressa

O sismo deixou Hokkaido sem eletricidade mas a energia já regressou a cerca de metade da ilha, 1,4 milhões de lares e a outros clientes da empresa Hokkaido Electric.
Na manhã de sexta-feira 1,6 milhões de casas permaneciam às escuras mas "o número deverá descer a 550 mil" até ao fim do dia, espera a empresa.


O ministro da Industria, Hiroshige Seko, avisou que "irá levar uma semana" até que a maior central possa recomeçar a produzir energia e pediu aos comerciantes para poupar no consumo e "aos membros de uma família para permanecer juntos numa única divisão".

Os hospitais têm estado a ser alimentados através de geradores.

Os transportes estão igualmente a regressar lentamente a normalidade. O aeroporto reabriu, apesar de tráfego se manter irregular e o comboio de alta velocidade Shinkasen recomeçou a circular.

O sismo foi a mais recente catástrofe a atingir o Japão, num verão marcado por inundações no início de julho a que se seguiu uma vaga de calor e o pior tufão em 25 anos, que atingiu Hosaka no início desta semana.

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