Fogo: Associação de Cabeça Fundão fixa mais de 7 mil plantas forrageiras

Além deste projecto, a Associação de Cabeça Fundão desenvolveu um conjunto de actividades no quadro do programa POSER, com trabalhos de conservação de solo e água através de construção de banquetas reforçadas e simples.

Em nota, o responsável da organização salienta que as actividades do programa POSER estão em curso desde meados de Abril e contam com um financiamento de quatro mil e 600 contos, estando na fase de produção mais de sete mil pés de plantas forrageiras para fixação na época das chuvas, e a construção de 15 mil metros de banquetas reforçadas e igual número de banquetas simples.

A mesma fonte indica ainda que a associação vai arrancar nos próximos dias as actividades de mobilização de água, visando minimizar o problema enfrentado pela população. É que a Direcção Nacional de Ambiente (DNA) disponibilizou à Associação de Desenvolvimento Comunitário Montado Nacional “Cabeça Fundão” um financiamento de cerca de um milhão de escudos.

Este projecto consiste na reabilitação de duas das três nascentes na Bordeira do Parque Natural do Fogo (Fonti Cabalo e Boa Entrada), adução de água desde Bordeira até Cabeça Fundão, limpeza, reabilitação da cisterna de 20 metros cúbicos na nascente de Boa Entrada e reabilitação do viveiro com capacidade para produção de 15 mil plantas endémicas em Boa Entrada, sendo que o valor global do projecto é de 961 mil escudos.

O presidente do conselho directivo da Associação de Cabeça Fundão, Nicolau Centeio, disse que este projecto é para atender, sobretudo, as necessidades mais prementes e imediatas dos agricultores, criadores e moradores.

Este projecto visa, essencialmente, amenizar o problema da falta de água, mas também garantir o seu uso racional e a regularidade do fornecimento para as famílias, explorações agrícolas, pecuárias, através do reforço de adução e distribuição de água, assim como o aumento da disponibilidade de água para produção de plantas endémicas.

A localidade de Cabeça Fundão, no município de Santa Catarina do Fogo, tem enfrentado vários desafios relacionados com a disponibilização de água suficiente para o uso normal dos moradores, sendo a única que não está ligada à rede de abastecimento e onde a água chega a ser vendida a 35 escudos por cada vasilhame de 25 litros.

O esforço, segundo aquele dirigente associativo, vai no sentido de recuperar as nascentes de água e fazer o melhor uso e distribuição do líquido produzido nas mesmas para a população. O projecto vai arrancar o mais breve possível, beneficiando cerca de 400 pessoas da comunidade de forma directa e indirectamente.

Associação aposta fortemente na fruticultura

A Associação de Desenvolvimento Comunitária Montado Nacional “Cabeça Fundão” consta da lista das empresas privadas e organizações da sociedade civil seleccionadas, através de concurso, para beneficiar do financiamento do Fundo do Ambiente para reflorestação e conservação da natureza.

Esta associação concorreu com o projecto “uma bordeira mais verde e com aroma às frutas” para a conservação da natureza, convicta de que é preciso iniciativas ou medidas de conservação da área degradada da Bordeira do Parque Natural do Fogo (PNF), através de produção e fixação de espécies fruteiras como videira, macieira, figueira e Marmeleira, considerando que a sua execução constitui um ganho não só para a biodiversidade como também económico para as comunidades adjacentes.

Fomentar a preservação do ambiente, promover desenvolvimento económico e social sustentável e consciente, reforçar a cobertura da área verde, aumentar número de plantas fruteiras, promover melhoria da qualidade de vida da população e aumentar a renda das famílias, são alguns dos objectivos desse projecto.

O projecto, que conta com um financiamento global de mais de três mil e 600 contos, sendo que o Fundo do Ambiente vai disponibilizar pouco mais de três mil e 100 contos e a associação entra com cerca de 500 contos como contrapartida, será executado num período de 18 meses, contando com parcerias do PNF, Comissão Regional de Parceiros, Câmara Municipal e delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA).

Para o presidente do conselho directivo da Associação de Cabeça Fundão, as plantas fruteiras não só são uma realidade nesta comunidade, mas também são um exemplo de não baixar os braços e contribuir para a promoção do emprego e rendimento para muitas famílias da comunidade.

Segundo o responsável, o projecto vai beneficiar quatro centenas de pessoas de forma directa e indirectamente, além de “benefício incalculável” relativo à diminuição da erosão do solo e ao incremento da cobertura vegetal na área abrangida pelo projecto.

Para o presidente desta organização não-governamental, o projecto pretende fixar duas mil plantas fruteiras de diversas espécies nas áreas degradas da Bordeira do PNF, aumentando o número de fruteiras, mas também possibilitar o desenvolvimento de agro-indústria, contribuir para a diminuição das importações, assim como contribuir na dieta alimentar já que as frutas são complementos alimentares de grande importância.

A Associação de Cabeça Fundão consta da lista de 20 instituições seleccionadas de entre os 140 projectos concorrentes e aguarda-se a celebração do contrato-programa com o Fundo do Ambiente.

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