Primeiro relatório sobre população estrangeira em Cabo Verde contabilizou 10.869 pessoas

De acordo com o primeiro relatório sobre a população estrangeira e imigrante em Cabo Verde, em 2022 os imigrantes representavam 2,2% da população residente, que ronda os 490 mil, e a maioria residia na ilha de Santiago (43,7%), e sobretudo no concelho da Praia (38,2%).

Por nacionalidade, a maioria da população estrangeira (66,5%) é oriunda de países africanos, com destaque para a Comunidade Económica dos Estados das África Ocidental (CEDEAO), com 58,7%, na sua maioria da Guiné-Bissau (36,3%), Senegal (10,9%) e Nigéria (4,7%).

Segundo os dados elaborados com base nos resultados definitivos do 1.º Inquérito à População Imigrante em Cabo Verde, há ainda 17,1% de estrangeiros europeus, destacando-se Portugal (8,9%) e Itália (3,7%).

Em terceiro lugar surgem os estrangeiros do continente americano, representando 8,3%, entre esses os brasileiros (3,5%) e os norte-americanos (2,3%) são os com maior presença.

Em Cabo Verde, residiam ainda 4,8% de estrangeiros vindos do continente asiático, na sua quase totalidade da China (4,6%), sendo que estes são os que enviam, em média, mais remessas para o seu país de origem, em média 114.792 escudos por mês (1.041 euros).

Portugal segue em segundo na lista das remessas enviadas pelos seus imigrantes em Cabo Verde, com 49 mil escudos (444 euros) mensais, numa análise que constatou que 58,4% dos estrangeiros residentes no país tem por hábito enviar dinheiro para fora do arquipélago.

Deste total, 96,2% envia para o seu país de origem, 57,3% envia de forma esporádica, 96,8% para ajudar familiares, segundo os mesmos dados, que concluíram que o montante médio enviado rondava os 20 mil escudos (181 euros) mensais.

O inquérito, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Alta Autoridade para a Imigração (AAI), concluiu que a idade média dos imigrantes residentes Cabo Verde no ano passado era de 37,2 anos, a taxa de alfabetização de 94,4%, a taxa de atividade de 81,3% e taxa de emprego era de 79,5%.

No período em análise, a taxa de desemprego na comunidade imigrada em Cabo Verde era maior nas mulheres (4,8%) do que nos homens (1,4%).

O inquérito, cujos dados foram apresentados no Dia Internacional das Migrações, foi realizado no âmbito do projeto Coop4int - Reforço da Integração de Migrantes, através da Cooperação entre Portugal e Cabo Verde, financiado pela União Europeia, e lançado em dezembro de 2022 e com duração de 37 meses.

Além da AAI, o Coop4Int é implementado pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM) de Portugal, pelo Iscte-Instituto Universitário de Lisboa e pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB). A Semana com Lusa

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