Cirurgião-dentista classifica saúde oral na ilha de “precária” - Maio

O cirurgião-dentista na ilha do Maio, Valdo Fernandes, considerou hoje que a situação da saúde oral na ilha é ainda “precária”, devido a vários factores.

Em declarações à Inforpress, o também proprietário da clínica Smile Up assegurou que na ilha do Maio a situação da procura da consulta da saúde oral tem sido mais na modalidade de urgência, e não de forma preventiva, o que seria o mais ideal.

Sublinhou que isso se deve à falta de “informação e da prevenção”, uma vez que antes não havia uma clínica com médico residente, ajuntando a questão cultural sobre a procura deste tipo de consulta, que deve ser pelo menos duas vezes ao ano.

“Esta questão da procura de um médico somente quando se sente uma dor é um paradigma que deve ser trabalhado para que haja uma mudança", enfatizou, num trabalho, prosseguiu, que deve ser feito levando este tipo de informação às crianças nas escolas junto das comunidades.

Isto para que as pessoas comecem a dar importância a este tipo de cuidados, segundo o clínico, que lembrou que a saúde oral é “fundamental” para se evitar outros tipos de doenças, já que hoje em dia está provado que vírus bacterianos dentários podem causar várias complicações, debilita a saúde e pode até contribuir para a morte do paciente.

“Estamos a trabalhar para explicar às pessoas de que se não se preocuparem com a saúde oral, a diabetes complica-se, a anemia e tensão complicam-se, se não cuidar da saúde oral”, enfatizouu.

Valdo Fernandes, que iniciou as funções na Delegacia de Saúde do Maio, explicou que a sua vinda à sua terra natal deve-se ao facto de ter visto na comunicação social, em 2019, que as pessoas estavam a sofrer de dores de dentes e não estavam a ter possibilidade de ter um médico que os atendesse.

"Por ser um filho da ilha, isso doeu-me bastante, por isso decidiu regressar para dar o meu contributo neste ramo", contou.

Informou ainda que a clínica Smile Up já rubricou acordos com algumas instituições, em que presta serviços com uma redução de 15 por cento (%), embora admitiu que isso nem sempre é benéfico para a clínica, mas que o faz para o bem das pessoas.

Em 2019, recordou, participou numa campanha de sensibilização sobre os cuidados que se deve ter com a saúde oral, algo que pretende continuar, mas, por ser o único médico na clinica, a campanha não se repetiu, tendo deixado em aberto a possibilidade de a retomar, caso consigam recrutar mais um especialista do ramo nos próximos meses.

A falta de materiais no mercado local é apontada por aquele médico como um dos constrangimentos, embora admitiu que isso já está a melhorar em comparação com os anos anteriores.

Aproveitou a ocasião para exortar as pessoas para que tenham mais atenção aos cuidados e higiene oral, com a lavagem da boca pelo menos três vezes ao dia e evitar oferecer produtos açucarados às crianças.

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