Caso de derrapagem financeira no Mercado do Coco: Oposição apresenta queixa-crime contra Câmara por indícios de gestão danosa

O caso de presumível derrapagem orçamental nas obras da construção do novo Mercado Municipal, na Várzea da Companhia, chega finalmente ao Tribunal com uma queixa crime movida pelo principal partido da oposição. «Esta quarta-feira, dia 20 de Fevereiro, pelas 10 horas, o PAICV apresenta Denúncia Crime, na Procuradoria-Geral da República, pois entende que há indícios de gestão danosa nas obras do novo Mercado Municipal da Praia (Mercado do Coco). Ademais estão a causar grandes prejuízos à população», lê-se num comunicado a que este jornal teve acesso.

Em causa está o custo elevado para concluir essa infraestrutura, que poderá, segundo a projecção da oposição, ultrapassar um milhão de contos. « O Mercado do Coco, caso fique pronto, vai custar aos Bolsos dos Praienses e dos cabo-verdianos, 1 milhão e trezentos e cinquenta mil contos, valor muito acima do orçamentado inicialmente, pelo a situação é muito grave e a culpa não pode morrer solteira», avisa o PAICV, lembrando que esta obra foi concebida e lançada no tempo que o acutal Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, era presidente da Câmara da Praia.

Entretanto, conforme explicou o líder da bancada municipal do MpD, a empreitada da construção do mercado/Centro Comercial da Praia, foi inicialmente adjudicada pela Câmara Municipal da Praia (CMP) à empresa SOGEI, Engenharia e Construção, na sequência de um concurso público, tendo o respectivo contrato sido assinado em 8 de Abril de 2011, no valor de 330 mil contos.

“Desse montante, a CMP foi obrigada a pagar 110 mil contos em impostos ao anterior Governo, que negou a isenção a essa obra, direccionada às vendedeiras da Praia”, disse Manuel Alves, citado pela Inforpress.

Avançou que desse montante de 330 mil contos, a obra “consumiu apenas 220 mil contos, uma diferença enorme, de 600 mil contos”, do valor apresentado pela líder do PAICV.

“Neste sentido no âmbito dos programas de apoio do Governo aos municípios, a CMP solicitou ajuda ao Executivo e obteve o compromisso de financiamento para, num prazo de um ano-em 2019- terminar a obra”, contou a mesma fonte.

Manuel Alves criticou ainda Janira Hopffer Almada, considerando que a presidente do PAICV quer ser deputada nacional, deputada municipal, na televisão, desafiando-a por esse motivo a candidatar-se então à presidência da Câmara Municipal da Praia, nas próximas eleições.

Recorde-se que a líder do maior partido da oposição e os eleitos municipais do mesmo partido, visitaram a obra na semana passada para se inteirarem do andamento da mesma.

Na ocasião Janira Hopffer Almada disse que vai apresentar uma denúncia crime junto da Procuradoria-Geral da República, por considerar que houve “anormalidades” na gestão da verba destinada às obras do Mercado do Coco, na Praia.


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