Tensão na ONU imune a Trump em solo da Coreia do Norte
Em causa, segundo o braço diplomático do regime de matriz estalinista,
está a acusação, por parte da Administração norte-americana, de que a
Coreia do Norte violou o teto de importações de petróleo refinado a que
está submetida, ao abrigo das sanções internacionais.
Mais concretamente, Pyongyang queixa-se de uma carta de 29 de julho
subscrita por Estados Unidos, França, Alemanha e Grã-Bretanha – e
enviada a todos os países-membros das Nações Unidas – a instar à
implementação das sanções.
A missão norte-coreana acrescenta que a carta vem atestar uma crescente
aposta da Administração Trump “em atos hostis” contra o regime, a
contrastar com o gesto protagonizado no passado domingo pelo 45.º
Presidente dos Estados Unidos.
De acordo com a Reuters, que teve acesso ao documento citado pelos
norte-coreanos, Estados Unidos e aliados exortam ao cumprimento de uma
sanção específica - o repatriamento de todos trabalhadores
norte-coreanos até 22 de dezembro deste ano. Mas a carta, detalha a
agência, está datada de 27 de junho e não 29.
Em junho, durante uma sessão do comité de sanções das Nações Unidas, a
diplomacia norte-americana acusou a Coreia do Norte de violar o limite
de 500 mil barris anuais para as importações de petróleo, através de
transferências marítimas entre navios.
Os Estados Unidos queriam ver travadas todas as remessas de petróleo refinado para o norte da Península Coreana, mas Rússia e China impediram a aplicação imediata da medida.
“Deveras ridículo”
Na sequência do encontro de domingo entre Trump e Jong-un, o secretário
de Estado norte-americano, Mike Pompeo, aventou a possibilidade de uma
nova ronda de conversações sobre a desnuclearização em julho, “provavelmente nas próximas duas ou três semanas”.
A Coreia do Norte está debaixo de sanções reforçadas desde 2006. As
medidas, que visam restringir a capacidade do regime para o
desenvolvimento do seu programa nuclear, incluem a proibição de
exportações de carvão, ferro, chumbo, têxteis e marisco, além das
importações petrolíferas.