Iémen. Violência entre separatistas e Governo faz 40 mortos

"É doloroso ver que durante o Eid al-Adha (festival do sacrifício), as famílias lamentam a morte dos seus entes queridos em vez de celebrar [o feriado] em paz e harmonia", declarou num comunicado Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU no Iémen.

O Eid al-Adha é uma festividade muçulmana de quatro dias, chamada de festival do sacrifício, que sucede o período da peregrinação dos muçulmanos a Meca.

"De acordo com informações preliminares, 40 pessoas foram mortas e 260 ficaram feridas desde 08 de agosto", incluindo muitos civis, acrescentou.

Os Médicos Sem Fronteiras, que administram um hospital em Áden, disseram que já foram internados 119 feridos em 24 horas.

"As organizações humanitárias estão no terreno e continuam a funcionar", declarou Lise Grande.

Na quarta-feira, eclodiram confrontos entre os separatistas Huthis contra unidades do Governo e culminaram com a tomada do palácio presidencial em Áden pelos rebeldes no sábado.

As circunstâncias do desencadear das hostilidades continuam confusas, mas as autoridades separatistas acusaram o partido islâmico Al-Islah de matar um comandante da força "Cordão de Segurança", que apoia a sua causa.


Segundo os rebeldes, o Al-Islah infiltrou-se no Governo do Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi.


Lise Grande sublinhou que "a principal preocupação das Nações Unidas atualmente é enviar equipas médicas para resgatar os feridos".


A responsável da ONU expressou a sua preocupação com "relatos de que civis estão presos em suas casas não têm comida e água" e pediu às partes do conflito que "cumpram suas obrigações sob o direito internacional humanitário" e apelou para "fazerem de tudo para proteger todos os civis".


A guerra civil no Iémen fez já cerca de 3,3 milhões de deslocados e 24,1 milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da população, têm necessidade de assistência, de acordo com as Nações Unidas.


Os combates em Áden tornam ainda mais confusa a situação no país, que se vê confrontado com o risco de "uma guerra civil dentro de uma guerra civil", de acordo com um relatório do instituto de análise de conflitos International Crisis Group (ICG).


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