Manifestação de 13 de Janeiro: Grupo de sindicatos da família da UNTC-CS pede adesão dos trabalhadores e denuncia suposta contra-manifestação

Tudo está a postos para a manifestação de 13 de Janeiro, segundo anuncia a esmagadora maioria dos Sindicatos pertencentes à família da UNTC-CS. O grupo integra 12 sindicatos de várias ilhas, como o STIF, SISCAP e SINDEP (Santiago), SIMETEC, SINTAP e SICS ( São Vicente), SINTCAP e SICOTUR ( Sal), SLTSA (Santo Antão), STIM ( Maio), STBV ( Boa Vista) e SICOTAP (São Nicolau). Ficam de fora as organizações da UNTC-CS no Fogo e na Brava, talvez por alguma fragilidade ou não alinhamento ao protesto nacional.

Em conferência de imprensa realizada esta terça-feira na Praia, o movimento sindical referido lança um apelo a todos os trabalhadores, de Santo Antão a Brava, a se manterem firmes e a aderirem, em massa, à manifestação programada para o dia 13 de Janeiro – Dia da Liberdade e Democracia.

Segundo anuncia a mesma fonte, na ilha de Santiago, a concentração será na cidade da Praia, à frente da Caixa Económica, na Fazenda, a partir das 09:00, seguindo o desfile a trajectória Avenida Cidade Lisboa, passando pelo Palácio do Governo, rotunda Homem de Pedra, Gimno Desportivo, Embaixada do Brasil, Achada Santo António, com paragem à frente da Assembleia Nacional, onde se prevê algumas intervenções, seguindo o encerramento da manifestação. Já nas outras ilhas, os sindicatos locais farão a comunicação dos respectivos locais de concentração e itinerários dos desfiles.


Razões da manifestação


Como forma de esclarecer a opinião pública e os trabalhadores sobre as razões do protesto em causa, o porta-voz dos Sindicatos referidos apontam um conjunto de fatores que caraterizam «a situação sócio-laboral difícil que se vive no País». Destaca o clima de medo nos locais de trabalho, a elevada taxa de desemprego, sobretudo na camada jovem, a enorme precariedade laboral, o congelamento de salários na Administração Pública e salários baixos no setor da Segurança Privada. Refere ainda à falta de promoções, reclassificações e reenquadramentos de trabalhadores,sobretudo de professores, a excessiva carga fiscal sobre os trabalhadores e a injustiça em relação aos Marítimos. Aníbal Borges fala ainda de despedimentos ilegais e abusivos, excessiva morosidade da Justiça Laboral, funcionamento deficiente da IGT- Inspeção Geral de Trabalho e DGT-Direção Geral de Trabalho e a não instalação do Juízo do trabalho em São Vicente. Isto sem contar com o impedimento de greves, através de requisição civil e falta de atualização da Lei do Seguro Obrigatório de Acidentes do Trabalho (SOAT), a redução e recusa de direitos aos Segurados do INPS (evacuações, não comparticipação em TAC e nas consultas de Estomatologia), entre outros aspectos.


Perante o quadro traçado, os sindicatos referidos da família da UNTC-CS exigem que o Governo cumpra os seus compromissos assumidos com os trabalhadores cabo-verdianos. São os casos da reposição imediata do poder de compra perdido pelos trabalhadores, face ao congelamento dos salários verificado desde 2011. Exige ainda a diminuição do IRPS (IUR), em 1% anual, tal como prometido e consta do programa do Governo, a redução do desemprego, sobretudo na camada jovem, e intervenção, urgente, junto do INPS com vista a garantir e a repor os direitos retirados aos segurados. Pede, por outro lado, a diminuição da idade de reforma dos Marítimos para 60 anos, a instalação, urgente, do Juízo do Trabalho de São Vicente, o reforço e implantação da IGT e DGT em Santo Antão, Boavista e Fogo.


Suposta contra-manifestação


Entretanto, o anúncio feito pela Secretária-geral da UNTC-CS de que vai haver uma manifestação no dia 11 de Janeiro, sábado, o grupo diz tratar-se de apenas uma fuga em frente para lançar confusão entre os trabalhadores. « O anúncio feito pela SG da UNTC-CS, que vai haver uma manifestação no dia 11 de Janeiro, se trata de mera fuga em frente e um sinal de desespero de quem, não tendo sido capaz de nada fazer, durante os seus já mais de 3 anos de mandato, não obstante os graves problemas por que os trabalhadores cabo-verdianos têm vindo a enfrentar, se sentiu ultrapassada e desautorizada pela esmagadora maioria dos Sindicatos filiados na UNTC-CS, com a convocação, por parte destes, da Manifestação Nacional».


Para o sindicalista, este anúncio de Joaquina Almeida não passa de uma vã tentativa de querer lançar a confusão no seio dos trabalhadores, com vista a servir outros interesses que não os dos trabalhadores. « É a prova, evidente, de que há quem esteja apostada, não na UNIÃO e na resolução dos problemas concretos dos trabalhadores, mas sim na DIVISÃO destes e seus representantes, os Sindicatos», conclui Aníbal Borges.


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