PAICV reúne-se em Congresso: Moção de estratatégia com nova visão para criação de mais oportunidades em Cabo Verde no centro das atenções

O evento contará com a presença de 364 delegados, do País e da Diáspora, anunciou,hoje, em conferência da imprensa, o presidente da Comissão Organizadora, Manuel Inoceêncio Sousa(foto no interior desta peça).

Para o PAICV, este Congresso acontece num momento particular: num ano eleitoral-autárquicas de 2020, com desafios “enormes” que Cabo Verde tem de enfrentar e a atenção, conforme tem frisado a líder do Partido, Janira Hopffer Almada, que tem que ser dada na construção de «um Cabo Verde para Todos»!

Segundo o presidente da Comissão Preparatória, estarão presentes neste XVI Congresso várias Delegações de Partidos da família do PAICV, nomeadamente a do MPLA, cuja delegação será chefiada pela Vice-presidente, Luísa Damião Santos, a repesentação do MLSTP-PSD chefiada pela Vice-Presidente e atual Ministra dos Negócios Estrangeiros daquele País, Elsa Pinto. Isto sem contar com a do Partido Socialista de Portugal(PS-PT), em que a Delegação vai ser chefiada pelo Secretário-geral Adjunto, José Luís Carneiro, o Partido Comunista Português (PCP), representado pela Rosa Rabiais, membro da Comissão Central, bem como a do Partido Socialista Senegalês(PS-S), representado por Gorgui Ciss, Secretário Nacional para os Assuntos Internacionais, entre outros partidos da familia da Internacional Socialista.

Moção de estratégia e outros instrumentos de gestão ao debate

Nesta ocasião, vários instrumentos do Partido serão apreciados. Mas o destaque vai para o debate da Moção de Estratégia e de Orientação Política Nacional, sufragada nas Eleições para Presidente do Partido, que tiveram lugar no passado dia 22 de Dezembro de 2019. A mesma vai servir para, mais uma vez, o PAICV partilhar a sua Visão para Cabo Verde, num “compromisso claro com a criação de mais oportunidades, a otimização da localização geoestratégica do país e a assunção da consolidação dos setores estratégicos da economia, nomeadamente os Transportes, o Turismo, a Agricultura, a Economia Marítima e as Telecomunicações, como sendo fatores essenciais para a promoção do desenvolvimento do País, pela via de um crescimento inclusivo, que gere empregos dignos e garanta a partilha de oportunidades pelos cabo-verdianos.

Em suma, o documento preconiza um PAICV forte, na medida do seu engajamento com os interesses dos cabo-verdianos e defendendo, sempre e antes de tudo, os interesses do país que é de todos”, aponta Manuel Inocencio Sousa.

Falhas da governação e queda de indicadores

Para o maior partido da oposição, a escolha deve ser sempre Cabo Verde, sobretudo num momento em que a atual governação do MpD, depois de quatro anos, falha nas metas que definiu e não cumpre os compromissos que assumiu, tendo como "rostos" mais visíveis desta falha o combate à criminalidade, a não geração de empregos dignos, o desinvestimento na agricultura, a escassez de recursos para a saúde e uma grande falta de investimentos para qualificar o turismo no País.

“Aliás, prova inequívoca desta falha têm sido os Indicadores Internacionais que demonstram, claramente, que o País está a regredir, com a atual governação, tendo perdido uma posição na Transparência, duas na Boa Governação, uma na Liberdade Económica, dez no Ranking Doing Busines, duas, relativamente à Competitividade no Turismo e uma posição na Esperança de Vida”, descreve a mesma fonte.

Face a tudo isto, o PAICV considera que se está perante um “descalabro” do pais com a atual gestão da maioria no poder. Por isso, este XVI Congresso terá que ser um momento de acreditar e de mobilizar Cabo Verde para um projeto “credível e capaz de garantir igualdade de oportunidades para todos”, anunciou Manuel Inocêncio Sousa.

Debate da situção interna

Entretanto, questionado se o congresso será um momento para o partido também debater a situação interna e a suposta crise que se vive no seu seio , Manuel Inocêncio disse que sim, negando, no entanto, que haja divisão no partido.

Aliás, reforçou, segundo a Inforpress, que o PAICV não está fragmentado e está fortemente unido à volta da sua liderança e que há uma líder que foi eleita por uma esmagadora maioria dos membros do PAICV que participaram nas eleições.

Instado sobre a existência de uma oposição interna à liderança da actual presidente Janira Hopffer Almada, lembrou que o PAICV teve um único candidato à liderança nas últimas eleições internas e que os delegados eleitos são delegados que foram propostos com a moção de estratégia da sua líder.

“Dificilmente se pode falar de oposição no PAICV. O PAICV prevê no seu estatuto direito de tendências que se expressam na preposição de ideias, apresentação de alternativas.Não temos ideias, estamos a falar de pessoas, não é sobre política interna de um partido. Estamos a falar de apresentação de propostas e contribuição para a construção de visão estratégica do partido”, afirmou, referindo que o que existe no PAICV são algumas “vozes dissonantes”.

Abordado ainda pelos jornalistas se essas “vozes dissonantes” serão convidadas pela líder do PAICV para fazer parte da lista para o círculo eleitoral, Manuel Inocêncio adiantou que todos os membros do partido serão chamados, defendendo, no entanto, que isto exige uma congregação de esforços.

“As vozes dissonantes estão no PAICV, a líder não tem que as trazer, fazem parte do PAICV, estão no PAICV, são membros, estão a participar na vida do PAICV, alguns são deputados, pertencem a esta força politica e contribuem para o PAICV, mas neste momento não se pode falar de oposição”, declarou, segundo ainda a Inforpress, reiterando, por outro lado, que as “vozes dissonantes” não foram capazes de apresentarem alternativa à actual liderança do PAICV.


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