Pressão a imprensa privada e jornalismo do Estado: Presidente da AJOC denuncia profissionais que defendem patronatos e políticos em vez de contribuíre
Radicais ao serviço do poder pretendem construir uma narrativa para desacreditar a imprensa livre privada em Cabo Verde, apresentado queixas junto dos tribunais e da Reguladora ARC. Tudo, segundo apurou o Asemanaonline, com o propósito de asfixiar judicial e financeiramente os órgãos que não leiam pela cartinha do atual poder instalado em Cabo Verde. A nível do jornalismo do Estado, há também turbulência, conforme o Presidente da AJOC postou, este Domingo, na sua página de facebook.«Infelizmente, há gente, quando colocada em postos ou no exercício de funções de gestão editorial de órgãos de Comunicação Social (Estado) se comporta não como “cão de guarda” da democracia, dos cidadãos, mas sim de interesses dos patrões, dos governos e dos políticos… em vez de, através do exercício das suas funções, contribuir para alargar a liberdade de imprensa e de informação, a sua actuação vai no sentido contrário… essas pessoas são sempre “mais papistas que o papa», contestou Carlos Santos. Para mais detalhes - espera-se que a ARC esteja mais atenta para não alimentar tal estratégia - leia o post referido, que publicamos a seguir.
Que os cidadãos critiquem o desempenho dos jornalistas até se compreende, aliás, nunca a profissão de jornalista esteve tão escrutinada como hoje; que os políticos assestem baterias contra os jornalistas e a comunicação social, também se compreende (aliás já estamos habituados e, no fundo, estão a fazer o jogo deles), embora em muitos casos as críticas, infundadas, devam ser rechaçadas, sobretudo quando não visam defender o interesse público e encerram laivos do controlo da liberdade de informação e de cerceamento da liberdade de imprensa...
Agora, uma coisa completamente diferente, é quando há jornalistas, quais snipers, estrategicamente colocados para abater os seus colegas, só porque estes se permitiram exercer a sua liberdade de expressão, participando num espaço mediático de comentários dos assuntos de actualidade... isto é, a todos os títulos, inaceitável. Este tipo de posturas diz muito da nossa classe, infelizmente.
Por que é que um jornalista não há-de de comentar, opinar, analisar assuntos de interesse público? Desde que esse conteúdo ou essa prestação pessoal seja devidamente sinalizado como tal, como opinião, comentário, etc... que não haja confusões entre factos (sempre sagrados) e opiniões (livres), sinceramente não vejo que se possa trazer à colação questões éticas e deontológicas ou de conduta do jornalista.