Novo Coronavírus: PAICV preocupado com a falta de articulação dos responsáveis nacionais de saúde
A preocupação foi, segundo a a Inforpress, manifestação pela deputada Ana Paula Santos, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), durante a sua intervenção da declaração política que teve com base o surto do coronavírus que começou na cidade de Wuhan, na província central de Hubei, China, e declarada na quinta-feira passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional.
Para o PAICV, Cabo Verde deve impor acções “concertadas, multidisciplinares e com um elevado sentido de responsabilidade” para preparar o País principalmente para a prevenção, sem descurar outras açcões de mobilização de recursos técnicos, humanos e materiais para uma “eventual indesejada” importação da doença, como, aliás, outros países estão a fazer.
No seu entender, as autoridades devem procurar cumprir as recomendações da OMS no sentido de elaborar e aplicar medidas preventivas com planos de contingência adaptadas às avaliações locais de risco, cooperarem e coordenarem principalmente nos domínios dos recursos humanos e materiais, bem como fundos necessários para o combate à epidemia.
Segundo ainda a Inforpress, avançou que os casos de infecção continuam a aumentar tanto em relação ao número de países como também em relação ao número de pessoas, o que convoca os países e seus actores políticos económicos e sociais a adoptarem, “com urgência”, medidas de prevenção, monitoramento e tratamento, para dar respostas “as mais eficientes à epidemia”.
“Aqui no País, temos assistido a declarações públicas de vários actores com responsabilidades no sector da Saúde, infelizmente nem sempre articuladas e consertadas, o que pode não ser muito bom para momentos como o que estamos a vivenciar”, constatou a deputada, que sublinhou que este é o momento de uma “profunda articulação e sintonia de açcões” entre todos os intervenientes.
No seu entender, essa comunicação deve ser mais assertiva, consistente e credível onde a mensagem possa ao mesmo tempo tranquilizar, responsabilizar e mobilizar a população para enfrentar de forma engajada este desafio.
A deputada disse ainda que esta preocupação não tem por finalidade “criticar” os responsáveis, mas mostrar a preocupação do partido em relação a situação que tende a ser grave, pois verificam-se “algumas imprecisões e mensagens contraditórias”, que estão a “criar ruídos” na opinião pública cabo-verdiana.
Conforme a mesma fonte, a preocupação foi também manifestada pelo presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), António Monteiro que, por sua vez, questionou o ministro da Saúde se os cabo-verdianos não correm o risco de contrair a doença caso algumas das pessoas que regressaram da China estejam infectados com o coronavírus.
“Pedir ao Governo para ter em atenção as pessoas que viajam daquela parte do globo para Cabo Verde e acima de tudo nos portos e aeroportos, e chamar atenção também do Governo para questão de quarentena das pessoas, porque ainda ontem vi um vídeo de uma estudante que penso que veio desta parte do globo onde mostrava a sua insatisfação em estar de quarentena em casa, na medida em que não temos conhecimentos caso ela tenha o problema da doença pode criar um grave perigo de saúde”, indicou.
Por seu turno, o deputado do Movimento para a Democracia (MpD, poder) Orlando Dias reconheceu que se trata de um assunto que requer a união do MpD, PAICV e UCID, em que “todos devem engajar-se para prevenir para uma eventual entrada do coronavírus em Cabo Verde” e dar o contributo para uma “maior prevenção”.
Na ocasião, o ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário, assegurou que o Governo está a implementar “uma série de medidas de prevenção” e que vai “fazer de tudo no sentido de enfrentar o surto”.
Em relação aos cidadãos provenientes da China, que não se encontram em quarentena, o governante explicou que os mesmos estão a ser acompanhadas diariamente pelos serviços de Saúde, conforme as recomendações da OMS.
“Em relação aos kits já esta equacionados junto da OMS e do gabinete dos assuntos financeiros, e para já a disponibilização dos equipamentos de protecção individual em todas as estruturas, encomenda de mais equipamentos”, indicou, acrescentando que foi criado um canal de comunicação único para uma melhor articulação e coordenação, refere a Lusa.