Líder do PAICV considera que prioridades do Governo a nível da economia digital estão claramente invertidas e diplomacia não defende interesses do paí
“O primeiro-ministro tem dito que quer transformar Cabo Verde numa plataforma da economia digital, mas como é que é possível quando a sua governação não tem nem estratégias para transformar o sector das telecomunicações, que é a base de tudo, numa alavanca para o desenvolvimento”, observou Janira Hopffer Almada, citado pela Inforpress.
A líder do maior partido da oposição, que se congratulou com a realização do CV Next, contando com a participação do fundador do WebSummit, Paddy Cosgrave, mas deixando algumas críticas, fez estas declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, após um encontro com o embaixador da Rússia no País, Vladimir Sokolenko.
A seu ver, apesar de ser estratégico, o sector das telecomunicações está abandonado “nestes quatro anos da governação do Movimento para a Democracia (MpD)”.
“As medidas que o Governo tem tomado nesses quatro anos de mandato têm servido apenas para aumentar, manter e proteger o poder ou monopólio, de facto, da operadora histórica que é a Cabo Verde Telecom”, observou.
Para o PAICV, transformar o sector das telecomunicações é apostar numa real e efectiva liberalização, mas também na sustentabilidade da concorrência.
“O Governo tem demonstrado com a sua actuação que pretende continuar a aumentar o poderio e monopólio da CV Telecom. Quando o Governo reduz a renda anual que esta operadora histórica tem que pagar ao Estado de 4 por cento (%) para 2,5%, com efeitos retroactivos, o que é que está a fazer? Está a proteger, a manter e a reforçar, o monopólio desta operadora”, explicou a política referida pela Inforpress.
Segundo a mesma fonte, a líder do PAICV comparou o salário mínimo nacional com o preço da internet ilimitada, que, segundo ela, é de sete mil escudos, assim como da taxa de ligação (mil escudos) e aluguer do equipamento (220) escudos e interrogou se o país está em condições de ser uma plataforma da economia digital.
Marketing e políticas diplomáticas
“Isso não é verdade”, respondeu, enfatizando que se trata de uma governação com base no marketing, conferências e encontros, mas que “não tem uma política clara, definida e uma visão estratégica para, de facto, o País, dar o salto que precisa.
Entretanto, as críticas da presidente do PAICV não ficam por aí. Depois de ter recebido em audiência o Embaixador da Rússia acreditado na Praia, a Janira Hopffer Almada analisou também as politicas externas do autal governo de Ulisses Correia e Silva.
Segundo alertou a líder do maior partido da oposição, a nossa diplomacia não está a defender os interesses de Cabo Verde. Por isso, propôs, em alternativa, uma politica externa responsável, equilibrada e com sentido patriótico, respeitando na medida do passível as propostas e os apoios dos parceiros de desenvolvimento do nosso país.