Autárquicas 2020: O dilema dos grupos independentes Basta e GIR concorrerem ou serem «assaltados pelo MpD»

Pelo recente discurso do líder do MpD após a sua reeleição nas diretas da semana passada, este partido pretende até conquistar 20 Câmaras em 2020. Para alguns analistas, uma das leituras políticas que se possa fazer deste discurso é que, com esta estratégica, o MpD pode estar a querer pressionar os dois grupos independentes (BASTA e GIR) em não correrem autonomamente ou então receber o apoio do partido. Com isto, pode manter as atuais 18 Câmaras, se perder pelo menos duas a favor do PAICV. Mas pode, por outro lado, chegar a 20 Câmaras, se manter as atuais sob a sua gestão, somando as outras de Boa Vista e da Ribeira Brava.

Mas ainda é cedo para se descortinar no terreno as correlações de forças políticas nos dois municípios. Aliás, se Basta e GIR resolverem concorrer a um segundo mandato, os cenários políticos podem ser outros. Para já, na Boa Vista vão surgir entre três e quatro candidaturas: dos dois partidos do arco do poder (MpD e PAICV) e de igual número de grupos independentes: o Basta, no poder, e o Pró Boavista do Futuro, de Sérgio Corra. Ou então três listas de concorrentes, isto se o Movimento Basta desistir de participar na corrida. Já na Ribeira Brava, perspectiva-se, neste momento, entre duas e três candidaturas: do GIR no poder, do MpD (o pré-candidato está no terreno) e do PAICV. Não se descarta, por outro lado, um duelo entre estes dois partidos do arco do poder, caso o GIR decidir não concorrer à presidência da Câmara local.

Diante de tudo isto, observadores atentos concluem: Os grupos independentes próximos do MpD no poder na Boa Vista (Basta) e na Ribeira Brava de São Nicolau (GIR) enfrentam o dilema de participarem autonomamente na corrida às autárquicas de 2020 ou serem «estrategicamente assaltados» pelo partido ventoinha. Mas vamos esperar para ver, já que na política tudo pode acontecer!


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