IFH busca soluções para obras inacabadas do Programa Casa para Todos (Inforpress)
A Imobiliária Fundiária e Habitat (IFH) está em busca de soluções para obras inacabadas do Programa Casa para Todos, adiantou o presidente da instituição, José Duarte Martins, que aponta a alienação como alternativa para alguns empreendimentos.
Em entrevista à Inforpress, José Duarte Martins apontou várias obras iniciadas e que não foram acabadas, muito devido à falência de algumas empreiteiras, como é o caso do empreendimento de São Filipe do Fogo, dois empreendimentos na ilha do Sal e em São Miguel, na ilha de Santiago, umas em estado mais avançado e outras mais atrasadas.
Em relação ao empreendimento de São Filipe, que foi dividido em duas frentes, Fonte Aleixo Cobom e Xaguate, explicou que o consórcio entrou em falência e que a IFH tentou junto da empresa líder que retomasse as obras, mas que tal não conseguiu até esta data.
Conforme adiantou, o prédio de Xaguarte, que se encontra-se em estado mais primitivo, poderá ser vendido no estado em que se encontra a algum promotor que esteja interessado em investir na ilha.
No que se refere às obras de Fonte Aleixo, que segundo disse estão mais próximas do término, a IFH está a tentar terminá-las para colocar os apartamentos da classe A à disposição da câmara municipal.
“Estamos a estudar essa alternativa junto à construtora, junto ao Estado e ver se conseguimos viabilidade para essa alternativa. Caso não conseguirmos também a IFH poderá o vender o empreendimento no Estado em que se encontra”, disse.
No caso de São Miguel, explicou que a imobiliária conseguiu fazer uma negociação tripartida envolvendo o Estado e a câmara, que vai permitir a conclusão dos trabalhos.
“Está em curso e em bom ritmo e vamos conseguir terminar as obras”, disse o presidente do conselho de administração da IFH.
Na ilha do Sal há também duas situações, dois empreendimentos que ficaram pelo caminho, sendo um na fase embrionária, e que parou desde 2014, não pela falência do consórcio, mas sim pela recusa em retomar as obras depois de atrasos nos pagamentos.
Para esse caso, José Duarte Martins adiantou que a IFH está em negociações para conseguir colocar esses imóveis ao serviço da população da melhor forma possível.
“Estamos a falar de uma ilha onde há um grande défice habitacional, porque há uma pressão social devido ao turismo. Pessoas que vão trabalhar na ilha e depois criam as barracas, que neste momento há uma luta forte para a sua eliminação. Então acreditamos que nesse pacote em negociação vamos conseguir também alienar esse empreendimento de forma interessante que possa servir, efectivamente, a população”, perspectivou.
Quanto ao outro empreendimento, Vila Amarante, garantiu que também a IFH está em negociações para terminar as construções e colocar os apartamentos para a venda.
O Programa Casa para Todos foi lançado em 2010 pelo Governo do PAICV, actualmente na oposição, financiado por uma linha de crédito de 200 milhões de euros, assinada com Portugal.
O programa, que abrange todo o País, previa a construção de 8.000 casas para reduzir o défice habitacional, mas registou vários problemas e além da dívida da linha de crédito acumulou dívidas em indemnizações e juros de mora às empresas construtoras.
Ao todo foram construídas e concluídas 5.800 casas conforme informações avançadas pela administração da Imobiliária
INFORPRESS