Ministro da Indústria admite que grogue de boa qualidade contribui para a entrada de divisas no País (INFORPRESS)
O ministro da Indústria, Comércio e Energia admitiu hoje que o grogue de boa qualidade constitui um produto de exportação que contribuirá para a entrada de divisas no País.
Segundo Alexandre Monteiro, o grogue de cana-de-açúcar vem constituindo um “potencial de exportação reconhecido”, e o nicho do mercado no exterior em vários continentes é “oportunidade enorme” para o País passar para um outro patamar da sua indústria de transformação.
O governante fez essas considerações à imprensa à margem da visita que realizou hoje a três unidades de produção do grogue situadas, respectivamente, nos municípios de São Domingos e Santa Cruz, interior de Santiago.
“Os produtores da aguardente estão conscientes deste potencial e a prepararem-se para o futuro”, afirmou o responsável do departamento governamental da Indústria, Comércio e Energia, para quem compete às entidades públicas desenvolverem políticas nesta área com vista a criar condições, através da fiscalização, para que os requisitos da qualidade sejam assegurados.
Instado sobre a visita que efectuou às referidas unidades, justificou que se trata de um contacto no terreno com os produtores do grogue, um sector, garantiu, que proporciona “novas ambições em termos empresariais”.
Alexandre Monteiro adiantou que esta visita lhe permitiu verificar as transformações registadas no domínio da produção do grogue, no quadro dos investimentos que os empresários do sector têm realizado, em ordem a se adaptarem às exigências da nova lei do álcool e, logo, com “reflexos na qualidade e valorização do produto”.
“É visível e notória a contribuição da fiscalização, não só para o cumprimento da lei, mas também, sobretudo, para evitar a manutenção de unidades de produção que não cumprem os requisitos que a lei exige”, indicou, lembrando que os produtos da má qualidade trazem “consequências nocivas para a saúde”.
O ministro considerou ainda que a nova lei do álcool e a fiscalização visam evitar que outras matérias-primas, que não seja a cana-de-açúcar, entrem no fabrico do grogue.
A decisão do Governo, realçou, vai no sentido de um plano de implementação da referida legislação, que é “progressivo”, ou seja, vai ser executado em termos de adaptação às exigências da lei em vigor.
Para ele, a probabilidade de a qualidade do grogue aumentar está relacionada com o “maior o numero de requisitos” que as empresas apresentarem em termos das condições de produção que a lei determina.
Neste momento, alguns países europeus, juntamente com os Estados Unidos da América, têm sido alguns mercados do grogue.
O proprietário da empresa Águas de Ribeirão (São Domingos), Jorge Semedo, revelou à Inforpress que a sua produção anual anda à volta de sete mil litros e que anda à conquista dos mercados alemão e italiano.
“A minha aguardente é envelhecida em barris de casco de carvalho, o que garante a qualidade”, revelou Jorge Semedo, que prevê para este ano a inauguração da sua empresa.
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