Covid-19/São Vicente: Praia da Laginha às moscas após interdição das autoridades

A principal praia urbana do Mindelo, a Laginha, está hoje quase às moscas devido a interdição das autoridades marítimas às instâncias balneares, de modo a evitar a aglomeração de pessoas e propagação do novo coronavírus (Covid-19).

A situação encontrada numa ronda feita pela Inforpress, por volta da 11:00, é de uma praia com a bandeira vermelha e sem banhistas, o que seria impensável num dia “normal” e em que inclusive a meteorologia ajuda com algum calor.

Entretanto, não se pode dizer que a praia de Laginha esteve totalmente deserta, uma vez que, como excepção, a Inforpress esteve a conversa com um único banhista, que confessou saber que a praia estava interdita, mas aproveitou para dar um mergulho, porque “não havia mais ninguém”.

Na areia também se pode conversar com mais quatro jovens, que estavam nos aparelhos de ginásticas, dois destes disseram que não sabiam da interdição e os outros dois alegaram ter sabido quando chegaram à praia, através da Polícia Marítima, que a Inforpress não avistou durante o tempo de estada no local, mas que, segundo os jovens, esteve a fazer ronda.

A fraca movimentação também se regista nos locais de comércio nas imediações, entre estes o Bar/Esplanada Caravela, que, segundo o proprietário, António Lima, diminuiu as vendas para “menos de um terço”.

Uma situação, que, segundo a mesma fonte, verifica-se devido ao “medo” das pessoas em saírem de casa, mas também a redução do horário de funcionamento do estabelecimento.

“Com isso cada dia as vendas estão piores, na quinta-feira foi fraca, ontem foi pior e hoje deverá ser pior ainda”, considerou António Lima, que disse já ter contacto a Câmara de Comércio para ver quais as medidas de incentivo previstas pela instituição e pelo Governo em relação aos empresários.

“Estamos ainda nos aguentando, mas não sei até quando, porque o que facturamos não tem dado para cobrir todas as responsabilidades, com funcionários, rendas e outros mais”, lançou.

Contudo, na calçada da Laginha as coisas parecem estar como nos dias normais com pessoas a circularem e outras sentadas nos bancos a conversarem bem pertinho.

Mas, nos transportes públicos, em São Vicente nota-se alguma desconfiança das pessoas, que tentam sentar afastadas umas das outras e olhando com “maus olhos” quem apareça com espirros e tosses.

A ilha de São Vicente teve nas últimas horas mais um caso suspeito, mas que foi também declarado pelas autoridades como negativo, isto quando a arquipélago se depara com três casos confirmados, sendo que dois novos casos confirmados, há pouco tempo pelo ministro da Saúde, são de um inglês de 56 anos, no Hotel Riu Karamboa, e o outro de uma holandesa de 60 anos, no Hotel Riu Palace Boavista, onde apareceu o primeiro infectado.

O ministro informou ainda que, seguindo as directrizes do plano de contingência, todas as pessoas que trabalham nos dois hotéis na ilha da Boa Vista se encontram em quarentena, assim como a ilha, que está toda ela de quarentena.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infectou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo. Mais de 11.100 morreram. Das pessoas infectadas, mais de 90.500 recuperaram.

Tendo surgido na China em Dezembro, o surto espalhou-se, entretanto, por 182 países.

Inforpress