Cabo-verdianos repatriados vão cumprir quarentena obrigatória

Em conferência de imprensa realizada esta manhã na cidade da Praia, o diretor nacional de Saúde de Cabo Verde, Artur Correia, explicou que o país continua a registar três casos confirmados de Covid-19, provocada por um novo coronavírus, todos na ilha da Boa Vista, que já se encontra em quarentena, sem ligações aéreas ou marítimas.

“A nível nacional, neste momento, temos cerca de 150 pessoas que estão em seguimento”, disse Artur Correia. Deste total de casos suspeitos em seguimento, 80 são provenientes da Europa e 20 do Senegal, entre cidadãos cabo-verdianos e estrangeiros.

“E cerca de 50 que saíram da Boa Vista antes da declaração do estado de quarentena da ilha ou mesmo depois. Pode ser que haja mais, estão sendo identificados para questões de registo, aconselhamento e acompanhamento”, explicou.

Os cabo-verdianos retidos em Portugal, no Brasil e nos Estados Unidos começam hoje a ser repatriados para Cabo Verde em voos fretados pelo Estado, anunciou no domingo o Governo, que prevê, em sentido contrário, o repatriamento dos turistas estrangeiros no arquipélago até quarta-feira.

Desde 19 de março que, preventivamente, para travar a progressão da pandemia da covid-19, o Governo cabo-verdiano proibiu voos internacionais para os aeroportos de Cabo Verde, com desembarque de passageiros, no âmbito da ativação do plano nacional de contingência.

“Todos as pessoas que regressarem ao país, de fora, do estrangeiro, nacionais ou não, farão uma quarentena obrigatória num dos hotéis das ilhas de acolhimento”, no Sal ou na Praia (Santiago), explicou hoje Artur Correia.

Na ilha da Boa Vista, dois hotéis estão em quarentena, nos quais foram identificados os três casos positivos de Covid-19, todos turistas estrangeiros. Trabalhadores e outros turistas estão a ser analisados, para despiste da doença.

“É possível que venham a surgir mais casos suspeitos, sobretudo ao nível dos hotéis referidos. Espero que não seja ao nível da população, mas temos de estar preparados para essa eventualidade”, admitiu Artur Correia.

Embora as ligações à Boa Vista tenham sido interrompidas, devido à quarentena imposta desde quinta-feira, as autoridades estão preocupadas com as pessoas que abandonaram a ilha antes da identificação do primeiro caso, que estão a ser contactadas pelos delegados de saúde.

“E também há denúncia da população [de quem regressou da Boa Vista, às autoridades de saúde]. Aproveito para dizer que a população não deve ficar alarmada, os cabo-verdianos que saíram da Boa Vista não são criminosos, não são fugitivos”, disse o responsável.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. A Semana com Lusa; Foto: Arquivo


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