Trabalhadores desesperam com a possibilidade de mais 15 dias de quarentena e exigem testes já

situação psicológica dos trabalhadores do hotel na Boavista, onde um técnico de manutenção testou positivo, é considerada de “terrível” e caraterizada por “pânico, fobias e sobretudo o desespero que se apoderou deles”.

O NN falou com vários trabalhadores que se sentem “abandonados e sem condições para prosseguir a quarentena”. E pior: de acordo com um funcionário, a médica informou que “vão começar outra quarentena de 15 dias, a partir do dia que surgiu o caso do contágio do técnico de manutenção”. Isto quando estavam apenas a 4 dias de terminar a quarentena iniciada no dia 19. Está revelação trouxe o desanimo e desespero. Muitos dizem que não vão aguentar uma nova quarentena. Por isso exigem que o governo ordene o início dos testes a todos os que estão dentro do hotel. Dizem que amanhã vão ter uma consulta com a médica e esperam que lhes seja anunciado o início dos testes.

O NN tentou junto de fontes oficiais ouvir uma reação a essa exigência dos trabalhadores que estão em quarentena, mas sem sucesso. Mas este online sabe que este assunto terá sido discutido na reunião do Gabinete de Crise e que será anunciada a decisão no sentido de ordenar que se façam testes a todos os que estão de quarentena.

Seja qual for a decisão do governo o certo e que a sua estratégia inicial, que passava por manter a quarentena, fazendo o acompanhamento e testando apenas os que apresentavam sintomas falhou. Pois, com o surgimento de um novo caso, quando faltavam apenas quatro dias para terminar  a quarentena, obrigou a uma nova quarentena. E por esse caminho essa quarentena pode durar meses.

Os trabalhadores com quem falamos, consideram que as autoridades sanitárias falharam na forma como implementaram a quarentena nos hotéis. Receiam que tenham “criado uma bomba biológica com mais de 400 pessoas”. E apresentam factos . Até a última quinta feira, dormiam duas pessoas no mesmo quarto. Circulavam por espaços comuns como os refeitórios. Como está o lado psicológico do companheiro de quarto  da pessoa que testou positivo? Questionam. E os outros que partilharam os mesmos espaços? Por isso põe em causa o método seguido. “A melhor solução é manter essas pessoas todas juntas e misturadas em risco de se contagiarem umas às outras a ver se aparecem mais infetados ou não? A melhor solução não é assegurar que de fato não existem mais infetados através da realização de testes, dado que há possibilidade de alguns simplesmente não apresentarem sintomas e de outros terem períodos de incubação mais longos do que o esperado?”

Categoria:Noticias