Cidadãos queixam-se da abordagem da PN : “Estamos em recolher domiciliário e não em prisão domiciliária”
Ao NN chegaram várias denúncias de cidadãos sob a forma como foram abordados por agentes da PN quando iam fazer compras de bens essenciais ou comprar medicamentos.
De entre eles destacamos dois casos. Uma senhora de 45 anos disse-nos que foi abordada pelo PN, na zona da Rotunda da Ribeira Bote. Afirma que os agentes se dirigiram a ela perguntado: “O que está a fazer na rua? Não sabe que não pode estar na rua?”. Respondeu que ia fazer compras, ao que um agente respondeu: porque não faz as compras na sua zona e tem que ir para o Centro”. Ao que a senhora respondeu “eu faço as compras no Fragata da Rua de Coco porque é mais barato”.
O decreto regulamentar permite às pessoas deslocaram-se para a compra de bens essenciais, não especificando se tem que ser ou não na zona da sua residência. Como tal não concede à Polícia o poder de impedir as pessoas de o fazer e muito menos indicar o lugar onde as pessoas devem fazer as compras. Ao cidadão basta informar sobre o seu propósito e se isso estiver de acordo com o decreto regulamentar determina, o agente deve apenas acatar .
Um casal relatou ao NN que sofreu “um autêntico interrogatório pessoal” quando se dirigiam à farmácia. Dizem que lhes perguntaram onde vivem. Se os dois vivem juntos e por que vão os dois a farmácia.
Mais uma vez o decreto regulamentar diz que “ficando igualmente interditas quaisquer deslocações em grupos superiores a duas pessoas, com as exceções das crianças sob os seus cuidados”. Portanto, um casal pode circular na rua para ir a farmácia ou ao supermercado. Pelo menos enquanto, matematicamente, 1+1 forem dois.
Mediante os excessos que logo nos primeiros dias começam a surgir , os cidadãos , que procuram este online lembram: “estamos em recolher domiciliário e não em prisão domiciliária!”