Medidas de combate à pandemia só beneficiam os que têm algum rendimento

Em conversa com a Inforpress, na sequência de um “post” publicado nas redes sociais, Luís Pires questiona sobre eventuais medidas para cobrir os que não estão inscritos e não tinham nada, “mas também aqueles que não têm trabalho nem rendimento fixos e que são obrigados a deambular diariamente pelas ruas à procura do pão de cada dia”.

“Há gente sem conta que não está inscrita nas Finanças nem no cadastro social das câmaras e que não tem seguros de coisa alguma. Por isso, não estão a beneficiar das cestas básicas, nem de outros apoios anunciados”, afirma o autarca, lembrando que nas zonas rurais, depois de um período de três anos consecutivos de seca, antes da declaração do estado de emergência, as famílias já não tinham reserva alguma, segundo noticia a Inforpress.

Pires vai mais longe, alegando que as cestas básicas não são suficientes e, que, contudo, mal chegam as famílias carenciadas, para uma semana, ressaltando que vai levar algumas propostas para próxima reunião camarária, ainda sem uma data marcada, com critérios justos, transparentes e democráticos, para fazer face à pandemia.

Conforme escreve a Inforpress, de entre as propostas a serem apresentadas, consta a aprovação com carácter de urgência do orçamento rectificativo de modo a alocar pela via de transferência de verbas, significativos valores nas rubricas destinadas a prestações sociais, adequar as medidas não apenas à pandemia do novo coronavírus (covid-19) mas à seca prolongada e socorrer as famílias que estão fora de todas as listas, isto porque, de acordo com Luís Pires, há mais trabalhadores de negócios informais do que formais.

“A assimilação e implementação das medidas vai depender da prioridade da câmara que executa o orçamento, mas há algumas atividades que caem automaticamente, como as tradicionais festas de São Filipe, cujo seu orçamento deverá ser canalizado para o setor social”, aconselha.

Vereador sem pasta, Luís Pires aponta que, entre mensagens e telefonemas, já recebeu cerca de uma centena, das pessoas que não estão inscritas nas finanças e nem no cadastro social da câmara, citando como exemplo, os mecânicos, os carpinteiros, os pintores, e outras categorias profissionais, “mas que nem por isso deixam de ser cidadãos”, atesta, sublinhando que muitas pessoas dirigem ao Serviço de Saneamento para as eventuais inscrições, mas não são atendidas, “sempre com a desculpa de que a situação delas não tem nada a ver com a câmara”, conclui a nossa fonte.

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