Boa Vista: PM apela que as pessoas têm de permanecer na ilha para se evitar outros riscos da propagação da doença
O primeiro-ministro fez esta afirmação após uma reunião, hoje, na ilha de Boa Vista mais efetada pelo novo coronavírus, onde se encontra de visita, que contou com a presença do Sistema da Protecção Civil, que integra as forças de segurança e as instituições ligadas a Saúde.
Segundo a Inforpress, o primeiro-ministro respondia sobre a situação que se coloca de momento, tendo em conta o grande número de pessoas que diariamente pede para sair da ilha da Boa Vista.
Conforme Ulisses Correia e Silva, se teoricamente, à partida, não se sabe quem está ou não contaminado, logo será necessário conter-se nas ilhas para facilitar o controlo da doença.
“É por esta mesma razão que nós fechamos as fronteiras externas, quanto menos estivermos a entrar ou a sair de Cabo Verde mais controlamos a doença”, considerou o primeiro-ministro, que lembrou que há-de resolver também outra situação, a de reforçar a parte da acção social, com a verificação e identificação das pessoas com necessidade derivada das dificuldades criadas por restrições relacionadas com a covid-19, nomeadamente na economia e nos rendimentos familiares.
Para Ulisses Correia e Silva citado pela Inforpress, o facto de as pessoas não estarem com emprego não é argumento para pressionar para saírem para as outras ilhas.
Isto porque, analisou, as deslocações entre as ilhas poderão fazer “aumentar o nível de risco para níveis incontroláveis, e há que compreender todo o trabalho que está a ser feito”.
“Há apenas uma iniciativa, um caminho diferente que este, e vai ser lançado, que é o regresso a casa relativamente a pessoas que após a declaração do estado de emergência estavam fora das suas ilhas, da sua residência habitual”, justificou o primeiro-ministro.
“Se uma pessoa que mora na ilha do Sal, por exemplo, que foi ou que está na ilha da Boa Vista para alguma actividade relacionada com a sua profissão, poderá regressar desde que faça prova de teste de que não tem situações que possam colocar risco da sua saúde e a saúde dos outros”, exemplificou o chefe do Governo.
Ministro administração interna colocado temporariamente na ilha
Entretanto, o chefe do executivo cabo-verdiano, que se fez acompanhar dos ministros da Saúde (Arlindo do Rosário) e da Administração Interna (Paulo Rocha), reuniu-se, no Hotel Iberostar, com a Proteção Civil e outras forças de segurança. Contudo, na sequência da visita, o ministro da Administração Interna permanecerá na ilha das Dunas, durante duas semanas, a fim de garantir a coordenação de todos os Serviços diretamente implicados no controlo sanitário local que se impõe.
Ou seja, perante a necessidade de o Governo estar presente e garantir a coordenação de todo o Sistema Nacional de Proteção Civil, o Primeiro-ministro acabou de assinar um despacho, no qual delega competências ao Ministro da Administração Interna, durante os próximos dias, na Boa Vista, para coordenar todas as acções no âmbito da luta local contra o coronavírus.
Recorde-se que a situação na ilha é um pouco preocupante, por se ter registado nesta quarta-feira, 15, mais 45 novos casos positivos do Covid-19. Todos estes casos estão relacionados com os trabalhadores que estiveram em quarentena no Hotel Riu Karamboa, elevando-se assim para 51 o número total de infetados, incluindo um que teve alta.