Presidente prorroga Estado de Emergência com duração diferenciada entre ilhas
Nua sua mensagem de hoje ( ver mensagem na rubrica Registos deste jornal) dirigida à Nação a partir do Palácio Presidencial, o Chefe do Estado justificou que, tendo em conta a realidade actual, decidiu que a prorrogação do Estado de Emergência no país terá uma duração globalmente menor e uma diferenciação entre as ilhas com casos diagnosticados e as que não registaram qualquer caso até o presente. «Assim, nas ilhas da Boavista, Santiago e São Vicente o Estado de Emergência vigorará das zero horas do dia 18 de Abril até as 24 horas do dia 2 de Maio e, nas ilhas de Santo Antão, S. Nicolau, Sal, Maio, Fogo e Brava a duração será de apenas de 9 dias, com início às zero horas do dia 18 de Abril até as 24 horas do dia 26 de Abril», determinou.
Para Jorge Carlos Fonseca, a redução global da duração do Estado de Emergência, bem como a diferenciação da sua duração entre as ilhas com e sem casos de COVID-19 diagnosticados, é o reconhecimento da existência de situações diferentes que, contudo, deverão continuar a ser enfrentadas com todo o vigor, uma vez que os riscos de epidemia continuam muito elevados.
Preocupações com ensino e economia
Referindo-se ao ensino, o PR alerta que a pandemia da covid-19 obrigou-nos ao encerramento das escolas e ainda falta um período para terminar este ano lectivo. «O evoluir da situação ditará, nos próximos dias, as decisões do Governo sobre esta matéria. Sendo o direito de aprender e de ensinar componentes fundamentais do direito à educação, no meu Decreto Presidencial deixei todas as possibilidades que poderão ser usadas para garantir que ninguém fique prejudicado. Qualquer decisão sobre a continuidade deste ano lectivo atípico através da reabertura das escolas ou através do ensino à distância, ou mesmo sobre o término imediato do ano escolar, e os métodos de avaliação e classificação, deverá ser tomada tendo em conta as condições técnicas e humanas dos alunos e professores e as eventuais dificuldades logísticas. O importante é que as decisões tomadas não deixem ninguém para trás», instruiu.
O Presidente da República alertou ainda que está perfeitamente consciente das consequências gravosas que a continuação por mais 15 dias de quase toda a actividade económica acarreta para o nosso país e para o rendimento das famílias. « As previsões que as instituições internacionais estão a fazer da economia global e para Cabo Verde são muito más. Vamos passar de um crescimento de 6.5% em 2019 para um crescimento negativo. Mas, meus amigos, tudo isto será bem pior se descurarmos o recurso mais importante e valioso que Cabo Verde sempre teve: as pessoas», advertiu.
O PR apela, por outro lado, aos empresários e investidores para que tenham confiança no país até ao regresso rápido à normalidade. «Esta paralisação não é um tempo perdida. É um tempo para evitar que mais à frente tudo paralise ou caia por falta de pessoas saudáveis para trabalhar. A forma como lidarmos com esta pandemia e o menor número de casos de doença que tivermos serão também um factor de confiança no país e a confiança na vida saudável da população atrai o investimento externo, reaviva o turismo, torna o nosso país um país de risco menor para voltar a ser visitado», disse o chefe do Estado na sua Mensagem à Nação (ver na rubrica Registos deste jornal).