SINDEP diz ser contra ensino à distância e pede ao governo para arrepiar caminho

«Embora o Ministério da Educação não tenha auscultado o SINDEP na qualidade de parceiro social, esta organização sindical, representativa de mais de quatro mil docentes associados, entende que é de se esperar pela normalização da situação da pandemia e, caso for necessário, o Governo prolongar, até 31 de Julho, o término do ano letivo, com algumas adaptações e arranjos dos programas e conteúdos, e começar o próximo ano letivo em Outubro deste ano. Isto por forma a não prejudicar as férias dos professores e alunos», defendeu o sindicalista.

Para o conferencista, o sistema de Educação à Distância é um cenário impraticável em Cabo Verde, visto muitas famílias não despõem de rádio e TV e varias zonas do território nacional estão sem cobertura pelas estações da rádio e televisão públicas e privadas. Por isso, Furtado considera que era obrigação do Ministério da Educação auscultar primeiro os Sindicatos, os Professores, Pais e Encarregados de Educação antes de ter tomado uma decisão neste sentido, porquanto, segundo ele, o governo anunciou trabalhar para uma Educação, tendo como lema “Juntos pela Qualidade sem deixar ninguém para trás”.

É que, segundo critica Nicolau Furtado, a titular da pasta da Educação, Maritza Rosabal, ao propor a implementação do ensino à distância, neste momento, ignorou ainda as dificuldades económicas dos professores, pais e encarregados da Educação para adquirirem os equipamentos informáticos e não só necessários para tal. «O Ministério da Educação devia pensar que nem todos os alunos têm as mesmas condições económicas e nem os professores estão preparados para o uso de metodologias do ensino à distância», avisou.

Referindo-se à problemática da avaliação e do apuramento das classificações de 1º a 11º anos de escolaridade, o SINDEP sugere que, se tudo correr bem, deve-se retomar as aulas no fim do estado de emergência ( prorrogado hoje pelo parlamento para 02 de Maio nas ilhas com Covid –19 e para 26 deste mês de Abril para as sem novo coronavírus) e proceder as avaliações nos mesmos moldes e decidir depois da passagem ou não dos alunos mediante critérios claros e bem definidos.

« Mas a preocupação maior do SINDEP prende-se com os alunos do 12º ano de escolaridade que são candidatos às bolsas em Cabo Verde e no estrangeiro. Na impossibilidade de se concluir o III trimestre, sugerimos que se pode proceder à avaliação baseada nos trimestres anteriores e determinar assim a média final», propôs Nicolau Furtado, para quem «o SINDEP continua a insistir no diálogo permanente com o Ministério da Educação enquanto parceiro social».

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