Boa Vista: Partido Popular pede demissão do presidente do Serviço da Protecão Civil

Em nota enviada à Inforpress, segundo Amândio Vicente Barbosa, presidente do Partido Popular, o presidente da SNPCB “pôs em causa a segurança e a saúde de toda a população da ilha da Boa Vista, quando não teve a capacidade de gerir a tensão dos trabalhadores em quarentena no Hotel há mais de 20 dias”.

“Notou-se claramente que houve, na gestão da quarentena obrigatória no Hotel Riu Karamboa, falhas na planificação, na organização, na direcção, no controlo e na coordenação das actividades inerentes a uma quarentena de centenas de trabalhadores num único espaço e o distanciamento social, requerido para o combate à actual crise sanitária, não foi respeitado”, diz o partido dos populares.

Ainda além destes argumentos concluem que “se notou falhas na gestão da crise por parte do actual presidente da Protecção Civil, Renaldo Rodrigues” e que o Governo após admitir erros na gestão da quarentena no Hotel Riu Karamboa, incumbiu o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, a assumir a gestão da crise sanitária na ilha da Boa Vista, por quinze dias.

O que, para o partido, “prova a incompetência do capitão Renaldo Rodrigues no cumprimento da tarefa que lhe foi atribuída”, por isso frisam que “devia pedir a demissão imediata”.

Ademais, os integrantes do Partido Popular argumentam este pedido de demissão, dizendo que no dia 27 de Março enviaram uma carta ao presidente do SNPCB, Renaldo Rodrigues, no qual descreveram a situação e todo o contexto que envolve a sua estadia na Boa Vista, referindo-se à chegada no dia 19 de Março e previsão de regresso para 22 do mesmo mês.

“Na referida carta solicitávamos diligências da Protecção Civil para o despiste da doença (de acordo com a crise sanitária actual) aos elementos da direcção do PP, a fim de os mesmos regressarem à ilha da sua residência, Santiago. Dez dias se passaram e não obtivemos qualquer resposta do presidente da Protecção Civil”, contam.

Assim sendo relatam que “não respondendo à carta, no dia 6 de Abril, fizeram um protesto público contra Renaldo Rodrigues.

O Partido Popular avança ainda que, “sendo a chefia da Protecção Civil um cargo cuja nomeação está estribada na confiança política, o silêncio do chefe da Protecção Civil, perante o pedido, configurava que o exercício ao cargo passava a ser a mão invisível do MpD, a aproveitar-se desta situação de crise para reprimir os integrantes da direcção do Partido Popular, com o aval superior do comandante mor, o primeiro-ministro, José Ulisses Correia”.

Entretanto asseguram que receberam no dia 7 de Abril uma mensagem do capitão Renaldo Rodrigues.

“Com este correio electrónico enviado à direcção do PP, pelo capitão Renaldo Rodrigues, fica de rasto o argumento, que o mesmo explanou na TV, de que nunca recebeu qualquer comunicação electrónica do PP, o que configura falta de verdade de quem é esperado um padrão ético em grau superlativo no relacionamento com os cidadãos”, afirmaram.

O PP explicou ainda que na peça jornalística, o capitão Renaldo Rodrigues assegurou que sugeriu aos integrantes da direcção do PP, no dia 9 de Abril, a comprarem os bilhetes de avião, para seguirem viagem para a ilha de Santiago.

“Nada mais falso. Porque a viagem comercial está proibida em cumprimento do Decreto Presidencial que estipulou o Estado de Emergência, impedindo o transporte e desembarque de passageiros entre as ilhas. O voo que seguiu da ilha da Boa Vista para a Praia, no dia 9 de Abril, era um voo de emergência sanitária, pago pelo Estado de Cabo Verde, portanto pago também com os impostos dos integrantes do PP, no qual o Capitão Renaldo Rodrigues fez seguir, gratuitamente, para a Praia, algumas pessoas, mas nunca convidou a Direcção do PP a seguir na referida viagem”, conta.

“Diante da incompetente gestão do caso hotel Riu Karamboa, não resta alternativa nenhuma ao Renaldo Rodrigues senão demitir-se ou ser demitido, em nome da salvaguarda dos interesses da Proteção Civil”, alegam, acrescentando que não sendo admitido, “caso houver mais falhas gravosas para o interesse público, o Governo assumirá as consequências políticas e criminais”, finalizam. A Semana com Inforpress

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