Farmácia na capital teme ser obrigada a fechar «Proteção Civil não emite ’Livre Circulação’»

A Farmácia Central, na cidade da Praia, pondera vir a encerrar o serviço porque o seu pedido de livre circulação continua sem resposta da entidade competente, segundo a direção em depoimento à agência noticiosa nacional esta segunda-feira.

O subgerente da Farmácia Central afirmou hoje que a direção pode vir a ser obrigada a encerrar os serviços porque a Proteção Civil não responde ao seu pedido de livre circulação durante o estado da emergência vigente no País.

O pedido foi apresentado há 12 dias, declarou o subgerente Jorge Frederico, mas além de uma notificação via email de que "o pedido foi feito com sucesso", continuam sem resposta relativa à autorização. E sem "livre circulação" os que trabalham ali estão impossibilitados de se deslocarem em serviço.

A tentativa de fazer um novo pedido não resulta, explicou Frederico: "Tentámos fazer um novo pedido, mas não estamos a conseguir porque a plataforma diz que a nossa farmácia já tem um pedido efetuado".

Segundo o responsável, também não tem tido sucesso na tentativa de contactar a Protecção Civil.

E sem o documento de livre circulação, todos correm o risco de verem apreendidas as suas viaturas por parte da Polícia Nacional, até o término do estado da emergência.

"Como sabemos, não temos o serviço de transporte público. Hoje um agente da Polícia Nacional apreendeu a nossa viatura porque não tínhamos a autorização, mas explicámos o sucedido e ele acabou por nos liberar, mas não quer dizer que o próximo agente será também compreensivo", afirmou Frederico em declarações à Inforpress.

Dada a situação agravada pela falta de resposta da Protecção Civil, a Farmácia Central pode vir a encerrar nos próximos dias. Uma possibilidade que choca com a necessidade impreterível de manter os serviços da farmácia a funcionar, nestas circunstâncias de pandemia do novo coronavírus.

Cabo Verde nesta segunda-feira, 4, conta um total de 175 infeções —a maior parte na cidade da Praia, seguindo-se as ilhas de Boa Vista e São Vicente — e dois óbitos, um na capital e outro na Boa Vista.

’Pescadinha de rabo na boca’

Este idiomatismo da língua portuguesa é o que nos ocorre perante a resposta dada à Inforpress pelo técnico superior da Protecção Civil Antero Lopes.

Transcrevendo: "sem confirmar esta situação, disse que com a prorrogação do estado de emergência e a publicação do decreto-lei, todos os pedidos para a livre circulação feitos anteriormente já foram revogados e que as entidades e empresas que necessitam de autorização devem submeter o pedido através da plataforma e que os mesmos serão respondidos".

’Pescadinha de rabo na boca’! Como melhor expressar a situação complicada, senão insolúvel, de quem seguiu todos os passos para resolver um problema enquanto que a outra parte faz orelhas moucas?!

Fontes: Inforpress/ Boletim diário do Ministério da Saúde. Foto: Farmácia Central, no Platô.

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