Cabo Verde recebe 1,4 milhões de máscaras compradas à China e espera nova carga
“É um stock que vai garantir que o mês de maio decorra sem problemas e depois estamos a pensar que no mês de junho faremos novas aquisições, mas já levando em conta que teremos informações de como é que o mercado vai reagir com a entrada das máscaras comunitárias [de produção local]”, afirmou, segundo a Lusa, aos jornalistas o presidente da Emprofac, Fernando Gil Évora, à chegada desta encomenda ao aeroporto da Praia.
Este primeiro voo sanitário organizado pela Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac) visa reforçar o stock do país, face à obrigatoriedade do uso de máscara em Cabo Verde e tendo em conta que a partir de 25 de maio nenhum cliente ou utente pode ser atendido em serviços públicos ou privados sem esse tipo de proteção, medida governamental que visa travar a transmissão da covid-19.
Entre a carga da aeronave da Azores Airlines - subsidiária do grupo SATA para os voos no exterior dos Açores -, que partiu de Lisboa durante a manhã contavam-se 1.410.000 máscaras cirúrgicas, 16.000 testes à covid-19, 2.500 viseiras, batas, sapatos e medicamentos de frio, encomenda que custou à Emprofac 1,2 milhões de euros e que se destina, até 80%, para comercialização pelo setor privado, e o restante para os hospitais públicos do arquipélago.
“É nosso entendimento que as máscaras comunitárias é que vão ser o futuro. A nossa importação de máscaras cirúrgicas vai diminuir, mas vai diminuir no mesmo sentido que vai aumentar o consumo de máscaras comunitárias”, disse Fernando Gil Évora, segundo a Lusa.
Acrescentou que um segundo voo sanitário organizado pela Emprofac, proveniente diretamente da China, chega em 18 de maio ao Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal – e não à Praia, devido às dimensões da aeronave -, com EPI e outro material médico, numa carga de cerca de 40 toneladas.
“São a 100% para o setor público: Ministério da Saúde e Ministério da Administração Interna, em particular a polícia e a proteção civil (…) Haverá um terceiro voo sanitário em junho, caso as ligações aéreas internacionais não sejam, entretanto, retomadas”, afirmou o presidente do conselho de administração da Emprofac.
Lembra a mesma fonte que o ministério da Saúde de Cabo Verde anunciou, hoje (09/05, mais seis pessoas infetadas com covid-19, todas na ilha de Santiago, elevando para 236 o total acumulado de casos da doença no país desde 19 de março.
“Até ao momento todos os casos ativos estão em isolamento institucional. Todos estão a recuperar bem, exceto um doente com comorbilidade que requer um seguimento mais apertado”, lê-se no comunicado, assinado pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário.
O número de doentes recuperados mantém-se em 56, enquanto duas pessoas acabaram por morrer. Outros dois turistas estrangeiros também infetados acabaram por regressar aos países de origem, pelo que permanecem ativos em Cabo Verde 176 casos de covid-19, todos internados e em isolamento.
No total, Cabo Verde já registou 236 casos de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (177), Boa Vista (56) e São Vicente (03, todos recuperados).
A Praia, com casos diários da doença, que totalizam já 173 diagnosticados desde março em 25 bairros da cidade, é o principal foco de preocupação das autoridades, por estar em situação de transmissão comunitária da covid-19.
As ilhas de Santiago e da Boa Vista, por concentrarem os casos de covid-19 em Cabo Verde, são as únicas que permanecem em estado de emergência, até às 24:00 de 14 de maio.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 271 mil mortos e infetou quase 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados, conclui a mesma agência.