Covid-19: “Estamos a fazer todos os possíveis para que as pessoas em isolamento tenham uma melhor estadia”, diz Artur Correia


Nos últimos dias, os doentes assintomáticos em isolamento nos hospitais de campanha, nomeadamente na Escola de Hotelaria e Turismo e no Estádio Nacional, têm vindo a denunciar más condições sanitárias, de alimentação, higiene e ausência de médicos, entre outros.

Hoje, em conferência de imprensa para actualização dos dados da covid-19 no País, Artur Correia disse que Cabo Verde “não está numa situação normal”, mas de pandemia, e que os profissionais têm que gerir os doentes que estão nos espaços de isolamento, os que estão em isolamento no espaço domiciliar e nos hotéis.

“Tudo isto não é normalidade, e o Ministério da Saúde não é nenhuma empresa de hotelaria. Não estamos vocacionados para isso, estamos a criar todas às condições possíveis para responder com rapidez possível, neste curto espaço de tempo, e permitir que tenhamos um bom resultado na gestão da pandemia”, assegurou.

Conforme sublinhou, esses hospitais de campanha foram criados para dar resposta à situação de pandemia, e esses doentes são acompanhados por enfermeiros e médicos, quando for necessário.

Perante a insistência dos jornalistas sobre esses assuntos, Artur Correia reconheceu que pode haver falhas, mas demonstrou a abertura das autoridades sanitárias para corrigir as eventuais falhas que venham a ocorrer.

“Eu entendo que as pessoas que estão isoladas num espaço diferente e com pessoas desconhecidas, isto afecta o estado emocional das pessoas e nós compreendemos perfeitamente essas questões de reclamação e damos o devido valor e tentamos sempre corrigir caso haja falhas”, assegurou.

Recentemente, em declaração a um jornal nacional, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que não serão exigidos testes de despiste da covid-19 nas ligações aéreas com a retoma dos voos internacionais e nem a quarentena.

Instado a comentar essa informação, Artur Correia disse não conhecer ainda nenhuma deliberação do Governo, mas, por outro lado, assegurou que os profissionais de saúde têm que estar preparados para fazer a “melhor vigilância epidemiologia” e evitar que a pandemia evolua de “forma descontrolada” no País.

“O risco é permanente e é claro que dependem de medidas de políticas que os Governos tomam, mas temos que conciliar a segurança sanitária e as medidas políticas que forem tomadas. Adaptaremos as medidas de saúde de acordo com as medidas políticas que forem tomadas pelo Governo”, assegurou.

Nas últimas 24 horas os laboratórios de virologia da Praia e de São Vicente fizeram um total de 242 testes, dos quais 31 deram positivos, sendo 25 na capital do País, dois em Santa Cruz, dois em Santa Catarina de Santiago, um no Hospital Regional de Santa Rita Vieira e um na ilha do Sal.

Neste momento há sete casos suspeitos, 426 doentes internados e 1675 pessoas estão em quarentena a nível nacional.

O país registou até este momento uma taxa de recuperação de 48% e, particularmente, na Cidade da Praia a taxa é de 53%.

Cabo Verde contabiliza um total de 823 casos acumulados do novo coronavírus, sendo 586 na Praia, 79 em Santa Cruz, cinco em São Domingos, dois no Tarrafal, seis em Santa Catarina de Santiago, 57 na Boa Vista, dez em São Vicente, 72 no Sal, quatro em Ribeira Grande de Santo Antão e dois em Ribeira Brava.

Cabo Verde regista até ao momento, sete mortes, 388 recuperados e 426 casos activos.


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