Fogo: Operadores económicos insatisfeitos com novo horário de chegada do “Praia d´Aguada”
“Não podemos ficar a trabalhar só à noite porque o navio chega no segundo período do dia, sobrecarregando os funcionários até altas horas”, referiu um dos operadores económicos, que fez questão de recordar que, anteriormente, os navios chegavam cedo ao porto, de modo a permitir a descarga das mercadorias, o que não tem acontecido nos últimos tempos.
Conforme A NAÇÃO apurou, na última viagem, quarta-feira, 17, alguns comerciantes, cujas cargas estavam em contentores, foram obrigados a trabalhar até altas horas de madrugada e, para complicar ainda mais, os funcionários também tiveram que suspender os trabalhos após um corte de fornecimento de energia eléctrica.
Esta situação ocorre porque o navio Praia d’Aguada vai primeiro à ilha da Brava e, por isso, chega ao porto de Vale dos Cavaleiros só no período da tarde.
Os operadores ouvidos pelo A NAÇÃO qualificam esse horário de chegada de “mau e grave”, quer para os operadores, quer para os próprios trabalhadores que já estão cansados com a situação.
Esse novo horário de chegada é também penalizador para os operadores porque estes são obrigados a arcar com custos acrescidos com o pagamento de subsídio nocturno e horas extras.
Isso porque, muitos contentores de mercadoria saem do navio depois da 013h0 horas da madrugada, levando a que os funcionários tenham que trabalhar até às 05h00 horas de manhã.
Assim, os operadores reivindicam, não só a alteração e melhoria do horário de chegada do navio, mas também uma maior e melhor informação para que, em função da escala e do percurso do navio, possam optar pelo envio de determinados tipos de mercadorias.
Alternativas
Além de mais e melhor informação por parte do armador, alguns operadores económicos consideram que a situação pode ser atenuada se o navio fizer primeiro a descarga no porto de Vale dos Cavaleiros, pelo menos nos dias em que o volume de cargas para a ilha do Fogo for maior que para a ilha Brava.
“Se for só uma semana, até que se compreende, mas todas as semanas não é admissível”, desabafou um comerciante de São Filipe, para quem a companhia tem de repensar o horário ou, então, fazer a viagem para a Brava num dia e, no outro dia, directamente para o Fogo.
A necessidade de uma informação correcta do armador é outra reclamação. Os operadores destacam, a propósito, que na última viagem foram informados de que o navio fazia, primeiro, a descarga na ilha do Fogo e, só depois, iria à Brava.
Porém, dizem que, só depois de o navio estar carregado, receberam a informação de que, afinal, o percurso seria o contrário.
“Com este percurso, se a mercadoria for congelada, poderia chegar danificada”, alertou um dos operadores.
Recorde-se que, conforme A NAÇÃO noticiou, os operadores económicos da ilha do Fogo consideram que a CV Interilhas não está a prestar um “bom serviço e nem a honrar o compromisso assumido com o Governo” no que diz respeito às ligações marítimas para a ilha.