Cinco países árabes cortam relações diplomáticas com o Qatar

Arábia Saudita, Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Iémen anunciaram esta segunda-feira o corte de relações diplomáticas e o fim das ligações aéreas e marítimas com Doha. Acusam o país de ingerência e apoio ao terrorismo e de interferência em “assuntos internos”. Na origem da polémica está um ataque hacker à agência de notícias de Doha que elevou a tensão no Golfo nas últimas duas semanas.


A elevada tensão entre o Qatar e alguns dos aliados dos Estados Unidos no Golfo Pérsico não tem precedentes e deve-se ao alegado apoio de Doha a grupos terroristas, incluindo o Estado Islâmico e a Al Qaeda, uma acusação que o país nega. 




A Arábia Saudita informou através da agência noticiosa SPA que encerrou fronteiras e o contacto por todos os meios com a pequena península, acusando os responsáveis de colaborar igualmente com forças iranianas. 




Riade foi a primeira a anunciar o corte de relações diplomáticas com Doha, ao início do dia, sendo depois seguida dos vários aliados no Golfo Pérsico. 




Para a Arábia Saudita, o corte de relações pretende "proteger o país dos perigos do terrorismo e extremismo". 




Em resposta, o Qatar já criticou aquilo que designa como uma decisão “injustificada” e “sem fundamento”. 




Na sequência deste corte diplomático, três países do Golfo - Arábia Saudita, Bahrein e Iémen - exigem a saída de cidadãos e responsáveis do Qatar em duas semanas. 




Já os Emirados Árabes Unidos reduzem o prazo a 48 horas. Abu Dhabi acusa o país de "ajudar, financiar e abraçar o terrorismo, o extremismo e organizações sectárias" e anunciou a suspensão de todos os voos da Ethiad, a transportadora aérea dos EAU, com partida e destino a Doha, após a madrugada de terça-feira. 




Também o Bahrein anunciou o corte de relações com o Qatar por interferências na "segurança e estabilidade" do pequeno país insular, bem como pela "intromissão" em assuntos de cariz interno. 




A coligação árabe - liderada pela Arábia Saudita - que combate os rebeldes houthis no Iémen desde o início do conflito, em março de 2015, também anunciou que vai expulsar o Qatar da aliança militar por "práticas que fortalecem o terrorismo". 



Após o anúncio desta segunda-feira, os mercados da região mostraram grande instabilidade, com destaque para a subida do preço do petróleo. A bolsa de Doha caiu oito por cento na abertura dos mercados.
Tensão no Golfo
O corte diplomático sem predecentes acontece num contexto de tensão crescente entre os países do Golfo Pérsico. Há duas semanas, os quatro países da região bloquearam o acesso a vários sites de notícias do país, incluindo a Al Jazeera, sediada em Doha.

Na origem da polémica esteve um ataque hacker à Qatar News Agency que levou à publicação de alegadas críticas à política externa dos Estados Unidos pelo emir do Qatar, o sheik Tamim bin Hamad al-Thani.

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