CEDEAO analisa a crise política na Guiné-Bissau
Desconhece-se ainda, até ao fecho desta edição do Asemanonline, as decisões finais dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se encontram reunidos, neste domingo, em Monróvia, na Libéria, para debater a crise política na Guiné-Bissau. Segundo notícias de última hora, a grande novidade tem a ver com a presença na cimeira do primeiro-ministro israelita e a ausência do rei de Marrocos. Além da crise na Guiné-Bissau, os chefes de Estado e de Governo também vão debater igualmente a situação política que se vive no Mali.
Em meios políticos quinenses, receia-se que o Senegal, através do presidente Macky Sall, que tem sido aleado do seu homólogo José Mário Vaz, esteja a influenciar a Cimeira da Libéria – retomou as relações com Israel depois de uma recente missão do Primeiro-ministro da Guiné-Bissau a Israel.
Diante disso, agora, como captou a RFI, todas as conversas de café, de círculos dos jovens, de analistas políticos e de dirigentes partidárias vão dar à cimeira dos chefes de Estados e de Governos da CEDEAO a decorrer em Monróvia, na Libéria, em que está no centro das atenções a crise na Guiné-Bissau.
Conforme a mesma rádio, a expectativa é grande sobre que decisões serão tomadas pelos líderes da Comunidade Oeste Africana em relação ao impasse político na Guiné-Bissau e se na verdade haverá sanções contra atores políticos guineenses que estão a impedir a implementação do Acordo de Conacri, instrumento patrocinado pela CEDEAO para acabar com a crise no país.
Fazendo fé na RFI, organizações das mulheres produziram uma carta aberta à CEDEAO, alertando para aquilo que consideram ser perigo de a instituição perder a face na Guiné-Bissau se não adoptar medidas correctivas contra políticos guineenses. As associações de jovens prometem, por seu turno, manifestações diante da representação da CEDEAO em Bissau para exigir que a organização abandone a Guiné-Bissau.
Entretanto, a União para Mudança, um partido com um deputado no Parlamento, considera que esta é a ultima oportunidade que a CEDEAO e a própria comunidade internacional têm para intervirem no sentido de resolverem o problema da crise na Guiné-Bissau."Se desta vez não conseguirem fazer com que seja implementado na íntegra o Acordo de Conacri, a União para Mudança considerará que a comunidade internacional falhou na sua missão de bons ofícios".
O sociólogo e analista político guineense, Dautarim Costa, considera, por isso, que não resta à CEDEAO nada que não seja uma resposta inequívoca face ao problema da Guiné-Bissau. Caso contrário, prossegue a fonte que vimos citando, é a sua própria credibilidade perante os guineenses que estará em causa.