José Maria Neves deve tomar posse como Presidente da República nos primeiros dias de Novembro
O Presidente da República eleito, José Maria Neves, disse hoje que a cerimónia oficial da sua tomada de posse vai ser anunciada pelo Parlamento para os primeiros dias de Novembro.
O Presidente da República eleito fez este anúncio, em declarações à imprensa, depois do encontro com o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, em que participaram também as primeiras-damas, respectivamente Lígia Fonseca e Débora Katiza Carvalho.
“Foi um primeiro encontro para falarmos sobre a Presidência e as principais questões políticas e internacionais que estão a mesa”, afirmou José Maria Neves, adiantando que ele e Jorge Carlos Fonseca vão ter a oportunidade de fazer um último encontro, nas vésperas da tomada de posse, para a passagem dos dossiês.
Para José Maria Neves, foi uma visita de cortesia e, também, para a troca de impressões sobre a situação política nacional e internacional, tendo os dois discutido alguns pontos da agenda a nível do País e internacional.
Instado sobre que pontos mereceram mais atenção durante o encontro com Jorge Carlos Fonseca, admitiu que neste momento “não há nenhuma questão crucial da agenda que deva ser destacada”.
Para o acto de posse, segundo José Maria Neves, vão ser convidados os Presidentes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assim como da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), além de várias personalidades nacionais e estrangeiras.
Solicitado a pronunciar-se sobre que dossiês merecerão a sua melhor atenção, assegurou que o Presidente deverá estar atento a todas as questões essenciais do País, pelo que “todos os dossiês merecerão a melhor atenção do Presidente da República”.
Sobre os nomes para os chefes da Casa Civil e Militar asseverou que na próxima semana deverão ser anunciados.
Perguntado sobre como será o seu mandato, disse: “Serei um Presidente que une, cuida e protege, mas sobretudo um Presidente que vai garantir a estabilidade institucional e política, que é um recurso estratégico para o País”.
Reiterou ainda os seus propósitos de ser um Presidente que vai colaborar com o Governo e as autoridades locais para que sejam encontradas as melhores soluções para Cabo Verde.
“Precisamos de reconstruir o País pós pandemia. O Governo tem feito um excelente trabalho no domínio sanitário, desde logo, a campanha de vacinação e, agora, é preciso concluir e imunizar a população”, admitiu José Maria Neves, acrescentando que é necessário garantir a retoma da economia com vista a gerar empregos e combater a pobreza e a desigualdade.
“Cabo Vede pode contar comigo, assim como o Governo que é escolhido pelo povo e tem as suas responsabilidades constitucionais para governar o País”, indicou, ajuntando que as autoridades locais “devem contar com um presidente parceiro e amigo, que vai sugerir e vai trabalhar com todos para encontrarmos as melhores soluções para o País”.
Relativamente ao mau ano agrícola, afiançou que, de momento, a situação constitui a sua “maior preocupação”.
“Logo que assumir [a Presidência], trabalharei este dossiê com o Governo e, também, com as autoridades municipais e estarei em várias ilhas para acompanhar de perto as medidas que o Governo vai tomar em relação a esta matéria”, frisou, lembrando que o executivo de Ulisses Correia e Silva já anunciou um programa de mitigação do mau ano agrícola.
“Vamos apoiar o Governo na mobilização de parcerias de investimentos para fazermos face a mais um mau ano agrícola”, declarou José Maria Neves.
Referindo-se à Constituição da República, prometeu continuar o “excelente trabalho” iniciado pelo Presidente Jorge Carlos Fonseca, no sentido de se criar “uma cultura da Constituição e de respeito pela lei magna do País, porque, sublinhou, “só há democracia quando respeitamos escrupulosamente as regras do jogo democrático”.
Relativamente à promessa feita na noite da sua vitória de que no dia seguinte se deslocaria à localidade de Pedra Barro, cidade da Assomada (Santa Catarina) para tomar a bênção da sua mãe, disse que cumpriu.