Greve dos trabalhadores do Isecmar/UTA com adesão de 100 % dos professores - São Vicente
Luís Lima Fortes, que falava à imprensa à frente do Instituto Superior de Engenharias e Ciências do Mar (Isecmar) da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), na Ribeira de Julião, explicou que além da totalidade dos professores cerca de 80% do pessoal não docente aderiu a esta greve de 48 horas.
Segundo o líder sindical, a maior prioridade exigida pelos trabalhadores é a resolução dos problemas de gestão da UTA. Explicou que o caderno de missão dava um prazo de um ano para fazer determinadas coisas que não foram feitas e isso está a emperrar toda a máquina que deveria estar a funcionar na UTA.
“Temos quatro demissões, as equipas não estão completas e os trabalhos não estão a andar como se faz crer, portanto essa é uma reivindicação maior a colocar porque as outras coisas poderão vir depois da equipa estar devidamente completa e a trabalhar, cumprindo a carta de missão que foi aprovada e assinada pelo Ministério da Educação e pelas pessoas que assumiram dirigir a universidade”, defendeu relançado que os trabalhadores entendem que, “desta forma, não há condições para essa reitoria continuar ”.
Outro motivo para a realização da greve, adiantou, é que a maioria dos pontos do caderno reivindicativo elaborado pelos trabalhadores ainda não foi atendida, caso da lista de transição e do estatuto do pessoal docente e não docente, entre outros.
“A reitora entregou-nos ontem à noite uma lista que disse ser de transição, mas para nós não é uma lista de transição porque ela deveria vir depois dos estatutos.
Também entregou um draft incompleto do estatuto do pessoal docente e não docente e nós temos outros pontos do caderno que não foram atendidos”, referiu o líder do Sintap, lembrando ainda que faltam progressões, reclassificações e o enquadramento dos professores que já têm o direito de estarem enquadrados dentro da UTA.
Para Luís Lima Fortes, o que se exige é que se resolvam estas situações o mais rapidamente possível, estabelecendo um prazo até ao final deste ano. Caso todas as reivindicações não fossem atendidas poderão realizar uma nova greve.
Por sua vez, o docente porta-voz do grupo, Emanuel Ribeiro, empunhava um cartaz a pedir socorro e defendeu que a Universidade Técnica do Atlântico precisa de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
“É uma estrutura tão nova e lamentamos o facto de estarmos nesta situação de pedir socorro a um ano do seu nascimento. Pedir socorro para evitar que esta estrutura que tem um histórico de excelência, de competência e que como Isecmar liderou o mercado de trabalho com quadros de valor, chegou a esta situação”, frisou explicando que a culpa da greve não é de quem o faz mas de quem deveria fazer algo e não o fez para evitar que os trabalhadores chegassem à esta situação”.
Segundo o docente, “é uma universidade que depois de um ano não tem nenhum instrumento de gestão, não tem um Conselho Geral, não tem um estatuto e que tem uma reitoria desfalcada por demissões sucessivas”.
Mas para Emanuel Ribeiro, havendo vontade as reivindicações serão satisfeitas, porque o que se pede não são coisas impraticáveis.
“Queremos um melhor ambiente académico, instrumentos para podermos pautar a gestão desta instituição e também justiça em relação a situações nomeadamente de perseguição, que embora no entender da reitoria não se chegou aí, mas nós temos neste momento em mãos um processo disciplinar que, quanto aos docentes, visa calar uma voz discordante no seio da academia onde o contraditório e desejável”.
A Semana com Inforpress