Pesca no Tarrafal de Monte Trigo em situação de abandono
A pesca no Tarrafal de Monte Trigo, em Santo Antão, está em situação de abandono, sendo que as principais preocupações dos pescadores incidem no tratamento e conservação do pescado, segundo a associação de classe.
Há mais de um ano que uma das máquinas de produção de gelo instalada no Tarrafal de Monte Trigo está avariada, aumentando ainda as dificuldades, que “já eram muitas”, em termos de conservação do pescado, conforme o representante desta associação, Rui Pires.
Este responsável, que havia esta semana alertado para o facto de os operadores de pesca locais percorreram “dezenas de quilómetros” para aquisição desta matéria-prima na cidade do Porto Novo, explicou que a unidade de apoio à pesca no Tarrafal de Monte Trigo, instalada há mais de dez anos, está degradada, conseguindo, nesta altura, produzir apenas 200 quilos de gelo por dia.
Isso acontece numa das principais comunidades piscatórias da ilha de Santo Antão, onde a demanda dos operadores de pesca em matéria de gelo ultrapassa os mil quilos por dia.
Nos últimos anos, segundo a mesma fonte, têm sido inúmeros os apelos ao Governo no sentido de ajudar a associação de pescadores a resolver a questão da conservação do pescado mas, apesar das promessas de investimentos, a situação tem piorado.
Por isso, avançou, é intenção desta associação procurar parceiros com vista a resolver o problema de conservação do pescado no Tarrafal de Monte Trigo, onde os pescadores não dispõem, também, de condições para o tratamento do pescado.
Entretanto, os investimentos no sector das pescas anunciados pela Câmara Municipal do Porto Novo para 2022, são de quase 20 mil contos, montante que vai ser assegurado através do Governo e no âmbito da cooperação descentralizada.
A conclusão do mercado de peixe na cidade do Porto Novo e a construção de abrigos de segurança para os pescadores são alguns dos investimentos previstos.
JM/HF