PM de Cabo Verde aceitou pedido de demissão do ministro do Mar

Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro confirma a decisão e refere que Ulisses Correia e Silva "agradece o desempenho" de Paulo Veiga "durante o tempo que liderou o Ministério da Economia Marítima", até às legislativas de abril passado, "e mais tarde o Ministério do Mar".

"Dizer ainda que após a tomada de posse [em 09 de novembro] do Presidente da República eleito recentemente, o chefe do Governo apresentará o nome do novo ministro do Mar, seguindo-se o empossamento", lê-se na nota.

O ministro do Mar, Paulo Veiga, anunciou hoje que pediu a exoneração do cargo ao primeiro-ministro, referindo apenas que pretende "tirar todas as consequências políticas" e que vai assumir as funções de deputado.

Numa nota divulgada ao início da manhã pelo ainda governante, que participou ativamente na campanha eleitoral para as presidenciais cabo-verdianas no apoio a Carlos Veiga (primeiro-ministro de 1991 a 2000), como diretor de campanha, mas que foi derrotado na votação de 17 de outubro, Paulo Veiga afirma que a decisão é irreversível, mas sem adiantar mais pormenores.

"Porque acredito que a nobreza da política reside na assunção individual de responsabilidades a cada momento, em coerência com a minha consciência política, solicitei minha exoneração com a pretensão de tirar todas as consequências políticas e poder continuar a servir o meu país com a máxima dignidade e sentido de Estado, enquanto deputado nacional, numa altura tão crítica da vida do país", lê-se na mensagem.

Alguma imprensa local cabo-verdiana tem referido nas últimas horas que Paulo Veiga se mostrou descontente com o apoio do Governo e do Movimento para a Democracia (MpD, maioria) à candidatura presidencial de Carlos Veiga, antigo presidente do MpD, que viu o ex-primeiro-ministro (2001 a 2016) José Maria Neves ser eleito logo à primeira volta o quinto Presidente da República de Cabo Verde.

Contudo, na mesma mensagem, Paulo Veiga nada esclarece, referindo apenas que assumirá o cargo de deputado, para o qual foi eleito pelo MpD nas legislativas realizadas em abril deste ano.

"Este é o cargo para o qual fui eleito diretamente pelo povo e para o qual, penso, continuo a ter condições políticas para exercer até ao final do mandato", acrescenta a mensagem.

Paulo Veiga assume tratar-se de uma "decisão irreversível", que "seguirá agora os trâmites formais".

"Agradeço, reconhecido, a honra e o privilégio de ter participado no Governo, servindo Cabo Verde e os cabo-verdianos. Trabalhei com seriedade e comprometimento, convicto de que alcançamos resultados importantes, num contexto de grandes dificuldades", descreve ainda Paulo Veiga, que liderava o único ministério até agora descentralizado, fora de cidade da Praia, neste caso no Mindelo, ilha de São Vicente. A Semana com Lusa

Categoria:Noticias