Ilha do Maio vai ter seu primeiro centro de dia para acolher crianças
Esta informação foi avançada pela presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Maria Silva, que se encontra de visita à ilha, para se inteirar da situação dos direitos da criança, durante a qual manteve encontros com vários parceiros daquela instituição e constatou que a situação na ilha “não é preocupante”.
Apesar de terem registado situações de crianças a fazerem o trabalho da quebra de búzio na vila da Calheta, a presidente do ICCA disse que, graças ao trabalho dos parceiros e da própria equipa daquela instituição, o problema já está a ser trabalhado por forma a se evitar esta prática.
“Uma situação que ainda estamos a registar na ilha do Maio tem que ver com a falta de cumprimento de alguns pais no que toca à questão do subsídio de alimentação dos seus filhos, que já é do conhecimento do Procurador da República local, além de alguma briga por parte dos casais em tentarem a custódia dos filhos por uma razão ou outra, mas a situação é normal. Nós até estávamos a pensar que poderia ser pior, com a Covid-19”, salientou.
Considerou por outro lado, que tem havido uma “boa parceria” entre o gabinete do ICCA, a Câmara Municipal e o comité dos direitos das crianças na ilha, mas admitiu que é preciso criar um centro de dia, para acolher as crianças em risco, com vista a proporcioná-los a oportunidade de terem um espaço onde possam brincar e aprender.
Conforme informou, o espaço que vai receber o futuro centro, já está em remodelação e no início do próximo ano, vai ser lançado um concurso para o recrutamento dos técnicos, psicólogos, sociólogos e assistentes sociais, para reforçarem a equipa atual, pelo que disse acreditar que logo no início do próximo ano o referido espaço, já contemplado no orçamento para o ano de 2022, vai entrar em funcionamento.
Por seu lado, a vereadora pela área da primeira infância Sandra Santos disse que a edilidade tem vindo a dar uma atenção especial a esta camada, justificando que os jardins infantis sob a tutela da edilidade têm vindo a ser equipadas com materiais didáticos e com painéis solares para garantirem uma melhor qualidade e sustentabilidade do seu funcionamento.
“Durante este tempo já criamos parques infantis, tanto na cidade do Porto Inglês como nas duas vilas e por ocasião das festas do município e das atividades de Verão temos vindo a realizar algumas atividades em parceria com o gabinete do ICCA na ilha, em que os pais podem estar com os seus filhos, mas com a pandemia deixamos de os realizar”, destacou.
Sandra Santos mostrou-se agradada com a iniciativa da criação do centro do dia para as crianças da ilha, uma vez que vão ter várias formas de aprendizagem, embora admita que, neste momento, não existem crianças de rua na ilha, “mas sim crianças na rua, uma vez que alguns pais trabalham no período contrário ao período em que as crianças não se encontram na aula”.
Aquela responsável lembrou ainda que a ilha almeja dar passos significativos no turismo nos próximos tempos, pelo que é preciso trabalhar na prevenção, de modo a não vir acontecer situação de crianças de e na rua, pelo que disse entender que o gabinete precisa de mais técnicos e pelas informações recebidas isso vai ser uma realidade no próximo ano, o que lhe deixa agradada. A Semana com Inforpres