Governante norte-americano elogia Cabo Verde pela campanha de vacinação contra covid-19
“Gostaria de parabenizar o Governo de Cabo Verde pela sua campanha de vacinação. Foi realmente muito eficaz. Pelo que percebi mais de 80 por cento da população elegível já tomou, pelo menos, uma dose da vacina”, indicou o governante norte-americano, que garantiu que estão “satisfeitos” por terem tido um “papel pequeno, mas importante, nesta campanha”.
Michael Gonzales fez essas considerações, em conferência de imprensa, à margem da visita que realizou à Unidade de Produção de Desinfectantes da Inpharma, empresa de produção de medicamentos, cujo projecto foi co-financiado pela West Africa Trade Investment Hubm da Agência USAID, no quadro do programa de resposta rápida à covid-19, num montante superior a 220 mil dólares.
“Este é o primeiro financiamento que estamos a dar para estas instalações da Inpharma”, frisou o governante norte-americano, reconhecendo que a empresa cabo-verdiana, através da sua liderança, investiu o seu próprio dinheiro, a fim “aumentar e diversificar a sua produção e contratar mais profissionais”.
Lembrou que há cerca de dois meses, o seu Governo doou cerca de 100 mil doses da vacina Moderna e que nas próximas duas semanas vão chegar mais de 200 mil doses da vacina Pfizer para que as crianças elegíveis também possam ser vacinadas.
“Toda a população terá que ser vacinada, se pretendemos realmente combater esta pandemia”, alertou Michael Gonzales.
Segundo ele, às vacinas oferecidas pelos EUA a Cabo Verde juntam-se 700 mil dólares que foram financiados, através da Unicef, para apoiar a campanha de vacinação, a sua logística e o transporte para que estes fármacos pudessem chegar a todas as ilhas e, assim, toda a população pudesse ter acesso aos mesmos de forma igualitária.
Para o vice-secretário adjunto para a África Ocidental do Departamento dos Estado Unidos da América, Cabo Verde representa um “verdadeiro exemplo de parceria, com um Governo forte, que toma conta da sua população, e um sector privado forte e eficiente”.
“O que os Estados Unidos querem é apoiar Cabo Verde e permitir que isto possa acontecer cada vez mais”, sublinhou, lembrando que nos EUA vivem “muitos cabo-verdianos que ajudam a enriquecer” o seu país.
Instado sobre a política americana em relação à África, admitiu que esta “não muda muito” de administração para administração.
“Queremos realmente ser parceiros, com os governos, o sector privado e com a sociedade civil para que tenhamos o futuro mais próspero, com mais segurança e mais saúde. O que queremos para os nossos filhos nos Estados Unidos é o que queremos também para a África”, ressaltou Michael Gonzales.
Para a presidente do conselho de administração da Inpharma, Elisabete Lima, foi uma “honra” a sua empresa receber a visita de alto responsável do Governo americano.
Durante a visita a Cabo Verde, Michael Gonzales, que se fez acompanhar do embaixador dos EUA na Cidade da Praia, Jeff Daigle, esteve ainda na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), além de manter encontros com a ministra da Justiça, a ministra de Estado, da Defesa Nacional e Coesão Territorial e outros dirigentes da Administração Pública.
A relação entre Cabo Verde e os EUA data do séc. XVIII, quando os primeiros emigrantes chegaram a este país.
Registos históricos indicam que, por volta de 1.750, navios baleeiros americanos aportavam regularmente ao arquipélago e, em 1840, mais de 40% dos caçadores de baleias de Nantucket eram cabo-verdianos. A Semana com inforpress