Aulas presenciais com carga horária completa e novo campus da Uni-CV são destaques em 2021
O sector da Educação em Cabo Verde ficou marcado, em 2021, pela retoma das aulas presenciais, com carga horária completa, em todas as escolas do País e pela entrega do novo campus da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).
Após a exigência do certificado de vacinação ou teste negativo à covid-19 aos professores e funcionários das escolas do País, o regresso às aulas ocorreu a 13 de Setembro com 130 mil crianças e jovens para serem orientadas por cerca de 6.000 professores.
O ministro da Educação, Amadeu Cruz, garantiu que pelo menos 75 por cento (%) do pessoal docente já tinha recebido pelo menos a primeira dose de uma das vacinas contra a covid-19 e que também foram recrutados mais de 200 novos docentes para o ano lectivo.
Na Brava, a escola de Chã de Sousa, em Campo Baixo, do agrupamento da Escola Básica de Nossa Senhora do Monte, voltou a funcionar com três turmas após a reconstrução da cozinha e das casas de banho.
Mas, em São Domingos (Santiago Sul) o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) denunciou o descontentamento dos pais e encarregados de educação com o encerramento das escolas primárias nas localidades de Cambodjana e Veneza e a transferência dos alunos para a escola de Ribeirão Chiqueiro.
Houve também críticas de pais e encarregados de educação e dos partidos, PAICV e União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), sobre as condições e superlotação das escolas na cidade da Praia, no Sal e em São Vicente onde se verificou que havia mais de 30 alunos por turma, contrariando o rácio estabelecido pelo Ministério da Educação.
Em Novembro, o Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) pediu ao Ministério da Educação que cumprisse com os trâmites processuais na contratação dos novos professores, criando vínculo com os que foram aprovados nos concursos de recrutamento de docentes.
Na ilha da Boa Vista, o bairro da Boa Esperança ganhou a primeira escola do Ensino Básico Obrigatório. A escola composta por dois pisos e oito salas de aula, com capacidade de acolher 600 alunos, custou ao erário público 50 mil contos e os mobiliários foram oferecidos pela comunidade cabo-verdiana emigrada na Holanda, através da Associação Amigos do Paul.
Também houve novidades a nível do ensino superior. O novo reitor da Universidade Lusófona de Cabo Verde, Carlos Alberto Delgado, informou que para relançar a universidade, para os próximos tempos, iam apostar nos cursos de curta duração para preencher nichos de mercado.
Outro marco foi a entrega do campus da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), orçado em 5,6 milhões de contos e financiado pela República Popular da China. Localizado em Palmarejo Grande, na Praia, o novo campus foi projectado para acolher 4.890 estudantes e 476 professores.
Tem 61 salas de aula, cinco auditórios, cada um com capacidade para 150 lugares, oito salas de informática, oito salas de leitura, 34 laboratórios, um salão multiusos com capacidade para 654 pessoas, edifícios de administração, edifícios pedagógicos, refeitórios, biblioteca, dormitórios e espaços desportivos.
Ainda neste ano, a cidade do Mindelo recebeu o VII Encontro Internacional sobre Educação Artística com mais de 30 investigadores nacionais e internacionais. Isto depois da primeira edição realizada na cidade, em 2010, e de ter passado por outros países como Portugal e Brasil.
Também Mindelo junto com Porto Novo receberam o VI Congresso Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa (CPLP), que reuniu presencialmente cerca de 150 pessoas dos diversos países da CPLP e ainda outras nas transmissões online, via Internet.
Ainda em 2021, as escolas do País receberam a campanha “Adolescência primeiro e gravidez depois”, promovida pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género (ICIEG) para estimular os jovens a ter uma atitude de cuidado e prevenção em relação à gravidez precoce.
CD/ZS
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