Grupos carnavalescos já previam a suspensão dos desfiles mas pedem alguma coerência nas medidas - Praia

Em declarações à Inforpress, o presidente do grupo Vindos d’África, José Gomes, disse que desde a pandemia já estavam a antever essa decisão, mas que ainda assim estavam a preparar-se para o desfile deste ano, já que a pandemia não foi motivo para suspensão de outras actividades, em outras alturas, como são os casos das campanhas eleitorais.

“Houve campanhas eleitorais, desfile nas ruas, comício e também pessoas desprotegidas nas ruas sem distanciamento, sem uso de máscara e os políticos, que deveriam ser um exemplo, estavam nas ruas a desrespeitar”, observou, pedindo ao Governo alguma coerência nas suas medidas.

Segundo a mesma fonte, a suspensão do Carnaval pelo segundo ano consecutivo tem trazido prejuízos à Associação Vindos d’África, uma vez que, conforme adiantou José Gomes, alguns gastos já tinham sido realizados, com fundos próprios do grupo, já que nem a Câmara Municipal da Praia e nem o Governo tinham disponibilizado os apoios aos grupos.

Por sua vez, a responsável do grupo Samba Jó, João Dias Teixeira, avançou que tinham iniciado a preparação para o desfile, mas acabaram por desistir devido à situação da pandemia, e também porque não tinha recebido nenhum “sinal” da Câmara Municipal da Praia.

“Estou de acordo com as medidas implementadas pelo Governo, mas não estão a cumprir. Só para lembrar que estão a ser realizadas outras actividades nos lugares fechados, assim como as regras do uso de máscaras e distanciamento social não estão a ser respeitadas” disse.

Já a presidente dos Vindos do Mar, Amélia da Rosa, também disse que estavam a preparar temas para o Carnaval e que também não tiveram nenhum contacto com o Governo e a Câmara Municipal da Praia.

“Não sou contra a medida, mas também não sou a favor. Só acho que deveriam informar mais cedo sobre a situação”, adiantou, lamentando a suspensão dessa actividade a nível nacional, já que o Carnaval representa algum rendimento para muitas pessoas que não têm trabalho fixo e por vezes passam o ano inteiro sem ver “a cor do dinheiro”.

Na segunda-feira, 10, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, anunciou que este ano ficam suspensas todas as actividades do Carnaval no País, justificando com o “aumento exponencial” de casos de covid-19 no arquipélago.

Esta decisão, disse o governante, visa “reverter o quadro epidemiológico” de covid-19 e, sobretudo, “preservar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Saúde”, conclui a Inforpress.

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