Ministro da Saúde aponta meta de Cabo Verde ter um médico por família
“Temos vindo a crescer, mas estamos à volta de 0,7 médicos por mil habitantes, ou sete por 10 mil habitantes. É um rácio muito baixo”, admitiu, segndo a Lusa, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, questionado pelos jornalistas à margem da cerimónia da tomada de posse dos órgãos eleitos da Ordem dos Médicos Cabo-Verdianos, que decorreu hoje na Praia.
O governante recordou que os 368 médicos que o país tem atualmente no Serviço Nacional de Saúde estão distribuídos pelas várias áreas de especialidade e por todas as ilhas, mas admitiu que o rácio está longe das recomendações internacionais, de um médico por cada mil habitantes, o que obriga a continuar o processo de contratação, numa altura que o arquipélago já conta com formação nacional em medicina, através da Universidade de Cabo Verde.
“É um esforço enorme que tem sido feito em termos de recrutamento de mais médicos”, referiu o ministro, que falava à margem da cerimónia que serviu também de abertura do curso de especialização em exercício de Medicina Geral, Familiar e Integrada, fruto de um protocolo com o Governo português, de 2018.
Iniciativas que segundo Arlindo do Rosário têm o “objetivo fundamental” de permitir que cada família cabo-verdiana tenha um médico.
“É a médio ou longo prazo, mas é preciso começar. Isso vai permitir que haja um médico que cuida da família, mas não é só em termos de prestação de cuidados, que trabalhe com a família no sentido de promover aquilo que chamamos de literacia em saúde, a cidadania, o empoderamento das pessoas e o conhecimento dos determinantes de saúde”, disse ainda conforme a Lusa.
Contudo, apesar dos recursos humanos limitados, Arlindo do Rosário salientou que o país tem feito uma distribuição que responde ao perfil de cada ilha, começando por uma resposta mais próxima dos cuidados primários.
“Hoje nós temos competências, capacidade de resposta, nas regiões de Fogo, Brava, Santo Antão, Santiago Norte, Sal, que permite de um certo modo hierarquizar a demanda e permitir que os hospitais, sobretudo hospitais centrais, possam acompanhar os casos mais complexos do nível terciário”, disse o governante.