Associação dos militares na reserva e na reforma insurge-se contra afirmação da ministra da Defesa e pede demarcação do governo

Este novo posicionamento sobre o caso surge depois das declarações de protestos do combatente da Liberdade da Pátria Júlio Carvalho e dos 11 antigos Comandantes das FA, incluindo o Comandante da Brigada e ex-PR Pedro Pires (ver na edição deste jornal), cuja declaração foi já remetida ao Primeiro-ministro e Chefe de Estado cabo-verdiano, em que os subscritores pedem que sejam repostos com urgência «os feitos e fatos» sobre a história das FA.

Em comunicado enviado à Inforpress, assinado pelo presidente desta colectividade castrense, o brigadeiro-general Jorge Paulo Monteiro, acusa a ministra de vilipendiar e evidenciar um “completo desrespeito pelo percurso das Forças Armadas (FA) nacionais, desde a sua criação até ao advento da democracia”.

O subscritor desta missiva fez questão de ressaltar que “a missão principal das Forças Armadas de defesa militar do país, consagrada na Constituição da República, não se alterou desde a proclamação da Independência Nacional a esta parte”, advogando que a ministra pretende transmitir a mensagem de que as FA, antes do advento do pluralismo, não estiveram ao serviço da Nação.

Revoltada com a declaração da governante por altura da cerimónia central das comemorações do Dia das Forças Armadas, a 15 do corrente, a direcção da Associação dos Militares na Reserva e na Reforma “manifesta o seu profundo repúdio pela vergonhosa qualificação que a ministra da Defesa Nacional” celebrou o nascimento das Forças Armadas a 13 de Janeiro de 1991.

Segundo a mesma fnte, a associação exorta a tutela da defesa nacional “a retirar as suas palavras ofensivas às Forças Armadas e a retractar-se publicamente por esta afronta infligida à instituição e aos seus integrantes”, e solicita o Governo a demarcar-se do que classifica de palavras injuriosas, visando restabelecer a confiança na ministra da Defesa.

Entende a direcção, que a governante veiculou mensagens que conspurcam as Forças Armadas e põem em causa a honorabilidade daqueles que nelas serviram, ou ainda servem, com denodo e patriotismo, sublinhando que a tutela fez passar a mensagem que as FA foram uma instituição antipatriótica antes servindo interesses outros e não a defesa da soberania nacional, antes do 13 de Janeiro de 1991, conclui o comunicado referido citado pela Inforpress.

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