Sindep suspende greve dos professores em São Vicente mas mantém manifestações
Em conversa com a Inforpress, o presidente do Sindep, Jorge Cardoso, explicou que a suspensão da greve tem a ver “única e exclusivamente” com o problema na comunicação da paralisação à Direcção-Geral do Trabalho (DGT).
“Nós comunicamos à DGT no dia 25, logo depois das 08:00 da manhã, mas a entidade entendeu que chegou fora de tempo, porque tem que se fazer a comunicação com antecedência de cinco dias úteis, e, por isso, considerou que não estávamos a cumprir o prazo. E para evitar complicações, até porque a DGT comunicou já ao Ministério da Educação que os professores que participarem da greve podem estar sujeitos a processo disciplinar, decidimos suspender a greve”, disse.
Neste sentido, disse que vão avançar apenas com a manifestação e convocar uma greve nacional para o mês de Março, caso a situação se mantiver inalterada.
A direcção do Sindep esteve reunida na sexta-feira, 28, com o ministro da Educação, Amadeu Cruz, onde este reiterou a intenção do Governo de resolver as pendências dos professores até 2023, cumprindo o compromisso assumido com os sindicatos que representam a classe docente.
“Ele ficou de entregar a calendarização da resolução das pendências e consoante as coisas evoluírem nós veremos. No entanto, nestas manifestações nas três ilhas anunciaremos a greve para o mês de Março”, adiantou.
As manifestações, que decorrem em simultâneo nas ilhas de São Vicente, Santiago (Praia) e Santo Antão (Porto Novo e Ribeira Grande de Paul), estão marcadas para as 09:30 e, segundo Jorge Cardoso, representam um “basta” pelo “não cumprimento dos compromissos assumidos” com a classe dos professores.
Conforme indicou, os professores estão esgotados com as promessas dos sucessivos governos, que vem “ano após ano ignorando as reivindicações” como reclassificações de 2016 a 2021, publicação das aposentações, congelamento da carreira desde 2014, e o não reajuste salarial desde 2016.
O Sindep menciona ainda o não pagamento dos subsídios pela não redução da carga horária aos professores que lecionam na mono-docência desde 2017 a esta data, não resolução dos subsídios pela não redução dos aposentados de 2010 a 2015 e sua inclusão no cálculo das pensões, bem como “abuso de poder” por parte dos gestores (delegados e directores).
Jorge Cardoso aproveitou para reiterar apelo ao engajamento de todos nesta luta pelo “respeito” ao trabalho dos professores que muito têm contribuído para o desenvolvimento do país. A Semana com Inforpress