Armadores pedem formação e melhoria de condições para acesso à banca

Em declarações à imprensa à margem do encontro, a armadora Maria Semedo começou por dizer que uma das maiores preocupações da classe tem a ver com o financiamento, estando inclusive alguns deles sem conseguir colocar suas embarcações no mar por falta de financiamento.

“Se o ministério do Mar for um parceiro, podemos ir aos bancos e estes poderão nos dar empréstimos com uma taxa de juros mais baixa. Hoje os bancos não estão a aceitar as nossas embarcações como garantia porque não estão a confiar muito nelas. Se tivermos o ministério do nosso lado poderemos vir a ter um bocadinho mais de confiança e também uma taxa de crédito um bocadinho mais baixa”, defendeu.

Maria Semedo disse também que os armadores do cais de pesca da Praia estão preocupados com a falta de um arrastador de embarcações.

“Por exemplo, há dias a minha embarcação foi incendiada e isto foi muito porque não há um espaço para armazenar as embarcações. Deus há-de pagar à Enapor que nos cedeu um espaço para colocarmos as nossas embarcações, mas, mesmo assim, é inseguro. Se tivermos um espaço para colocar, iríamos contratar um guarda, o que nos daria mais segurança e descanso”, ressaltou.

Esta armadora lamentou ainda o facto de não terem a cobertura de seguros para o carregamento das embarcações, afirmando que, em caso de queda, são os armadores é que ficam na perda. Além disso, afirmou que o custo para o carregamento é muito elevado, chegando, às vezes, perto de 200 mil escudos.

Ainda nas suas declarações, esta empresária no sector das pescas lamentou a falta de espaço para o armazenamento do pescado, dando conta que quando se está em épocas onde há peixe em grande quantidade são obrigados a jogar fora.

O também armador Jorge Mendonça, por sua vez, ressaltou que qualquer avaria que há “de forma mais profunda” nos seus navios os fazem deslocar para São Vicente, o que, disse, acarreta custos e tempo de reparação da avaria.

“Então, ter um espaço aqui na Praia para fazer o arrastamento do navio seria muito bom para o ramo onde estamos a operar. Temos muita necessidade de um espaço para a reparação de redes, na falta deste temos que procurar um espaço para alugar, o que é sempre também um custo acrescido”, completou.

A classe, segundo este armador, precisa de formação porque não há neste momento, por exemplo, mestres de navegação e motoristas formados que dão respostas à quantidade de navios existentes.
“Então é uma série de reivindicações que estamos a fazer, estamos a falar com entidades competentes para vermos que conseguiremos resolver e o nosso sector desenvolver e colaborar para a sustentabilidade do nosso País”, finalizou. A Semana com Inforpress

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