UCID pede aumento de salário mínimo e outras medidas sociais para mitigar situação de famílias e empresas
Segundo a Inforpress, o responsável do partido mostrou esse posicionamento durante uma conferência de imprensa hoje, no Mindelo, para antever o debate com o primeiro-ministro na próxima sessão parlamentar que tem como tema “O papel do Estado na mitigação da crise económica e social e o seu impacto na vida das famílias e empresas” e fazer o balanço da visita ao círculo eleitoral de São Vicente.
Dora Pires, que enumerou diversos aumentos registados no País ultimamente, entre os quais combustíveis, ração de gado, trigo e milho, impostos e outros, considerou que esta situação está a “sufocar” as famílias, principalmente as mais desfavorecidas, porque “não têm sido acompanhados pela reposição do poder de compra dos cabo-verdianos”.
Toda esta situação, asseverou, está a aumentar o número de pessoas em pobreza extrema e a insegurança alimentar.
Daí, ajuntou, o partido ter registado durante a visita ao círculo, principalmente nos bairros da periferia do Mindelo, “muita preocupação” com uma “taxa de desemprego constante” e uma “situação insustentável”.
“Algumas famílias dizem-nos que está sendo até difícil sobreviver”, sublinhou a mesma fonte, para quem não se pode falar da retoma económica nestas condições que “geram baixo poder de compra e diminuição do consumo”.
Por outro lado, lembrou, as moratórias nos juros vão até 30 de Março.
“Como é que as empresas irão sobreviver depois de tudo isso, considerando os aumentos nos custos e nos fretes e nos produtos”, questionou Dora Pires, acrescentando que o executivo deve encontrar mecanismos para mitigar os efeitos negativos advindos do aumento do custo de vida.
Entre as medidas propostas, a UCID fala do aumento do salário mínimo, aumento da pensão social e da pensão de previdência social como “única via” para minimizar o impacto na qualidade de vida.
Confrme a mesma fonte, a vice-presidente do partido defendeu que “não vale a pena” o Governo dizer que é a economia que define os salários, mas sim deve encontrar mecanismos para ajudar as empresas e diversificar a economia com “aposta forte” nos sectores primários.
“Se o Governo investiu milhões para combater a covid-19, porque que vai investir muito menos para o estado de calamidade que acabou por decretar”, sustentou a mesma fonte, adiantando ser essa a “maior contribuição” que o partido dará no debate com o primeiro-ministro.
Quanto aos cabo-verdianos, a deputada nacional pediu que revejam o seu modo de vida “ver o que essencial para que não haja necessidade em extremos”.
Isto porque, segundo Dora Pires, por exemplo em São Vicente, existem pessoas em situação de insegurança alimentar e que tem levado à pobreza extrema”.
“Hoje até bife de caneca, como cantou Manuel d´Novas, chá e bolacha ou chá e pão está sendo difícil”, reforçou segundo a Inforpress.