Maio: Edil diz-se “não satisfeito” com montante que a ilha recebe do Fundo do Ambiente e da SDTBM
O País e a ilha do Maio, em particular, como se sabe, tem sido fustigado ao longo dos anos, primeiro com a questão da seca, depois a pandemia e, agora, a guerra russo/Ucrânia e tudo isto tem um impacto direto na vida das pessoas e, por isso, não poderíamos estar satisfeitos [com o montante destinado ao Maio]” afirmou Miguel Rosa, em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV).
O autarca, reconheceu, porém, que há uma “vontade política do Governo” em fazer as transferências para o município do Maio, no âmbito do Fundo do Turismo, do Fundo do Ambiente e outros contratos programas.
Segundo ele, no que concerne à SDTBM, nos últimos anos tem havido “alguns problemas em relação à transferência de verbas” para o município.
“Isto também tem a ver com problemas que todas as instituições estão a enfrentar neste momento”, sublinhou o autarca, referindo-se às transferências que a SDTBM devia estar a realizar para o Maio.
Na sua perspectiva, uma ilha como o Maio não pode depender apenas de transferência de fundos, pelo que tem que ter infra estruturas de base, nomeadamente turísticas, de água e energia e requalificação urbana.
O porto e um aeroporto internacional, de acordo com Miguel Rosa, são importantes, em ordem a permitir que a ilha não esteja a depender apenas das referidas transferências.
Defendeu que a ilha quer também contribuir para o desenvolvimento do País e, caso contrário, vai se continuar a ter uma “ilha assistencialista”, ou seja, a “depender sempre da transferência dos fundos”.
“Isto [de transferência de fundos], às vezes, depende muito dos círculos políticos e de vontades políticas e, por isso, entendemos que a ilha do Maio precisa de dar um passo qualitativo rumo ao desenvolvimento”, pontuou o edil, que se congratulou pelo facto de, neste momento, a intervenção no porto estar a decorrer um “bom ritmo”.
Para Miguel Rosa, um aeroporto internacional vai permitir que o Maio tenha uma “autoestrada que liga a ilha aos principais países emissores de turistas [para Cabo Verde]”.
Reconheceu que a sua ilha está a perder população jovem de forma “gritante” e que o fraco desenvolvimento desta parte do território nacional se deve “à falta de vontade política ao longo dos anos”.
Conforme deixou transparecer, o Maio só conseguirá desenvolver-se se houver “investimentos estruturantes” na ilha.
Instado sobre em que pé se encontra o projeto denominado Litlle Africa Maio investimento, o presidente da câmara explicou que as coisas estão a decorrer de “forma normal”.
“Até este momento não há problemas com o projeto”, assegurou Miguel Rosa, que, entretanto, considera haver algum atraso na sua implementação, devido à pandemia de covid-19.
A Semana com Inforpress